30 de outubro de 2008

Bamberg Rauchbier

Em post anterior comentei um pouco sobre a história da cervejaria paulista Bamberg. Nessa ocasião informei da chegada de um mestre cervejeiro alemão, o Sr. Stefan Grauvogl, que iria participar da elaboração e produção de uma nova cerveja Bamberg. Ela foi produzida, maturada e está prontinha pra ser consumida. Trata-se de uma Rauchbier!!!! A segunda a ser produzida no Brasil por uma cervejaria brasileira que se tem notícia. Em alemão rauch significa fumaça, portanto, rauchbier é uma “cerveja de fumaça”, que tem esse nome por conta da utilização de maltes defumados em sua composição. Hoje declino minhas impressões sobre a Bamberg Rauchbier, a caçula da cervejaria de Votorantim. Seguem impressões:

Bamberg Rauchbier
Família – Lager
Estilo – Rauchbier
Teor de álcool – 4,8%.
Temperatura de serviço – 4 a 6 graus.
Cor – Marrom avermelhado
Espuma –Boa formação e duração, bege clara.
Aroma – Leve defumado, doce, maltes.
Sabor – Corpo médio/leve, média carbonatação, maltes, doce, leve amargor com final defumado.
Veredicto – Estilo originário da cidade de Bamberg, na Alemanha, que mantém a tradição ainda hoje, de secar e defumar os maltes utilizando um tipo de madeira específica da região. Pra mim, melhor que a Rauchbier da Eisenbahn (a outra nacional). A base desta cerveja bem como a da Eisenbahn é uma Schwarzbier mas o aroma e sabor defumados são mais intensos e agradáveis na versão de Votorantim/SP. Recomendo!!!

26 de outubro de 2008

Franziskaner Hefe-Weissbier Dunkel

Esta é a versão escura de trigo apresentada pela cervejaria alemã, Spaten-Franziskaner-Bräu. E como todas as outras cervejas produzidas por ela, diz a que veio! É uma das melhores cervejas de trigo escuras na minha opinião. Talvez não supere a Paulaner. Ainda tenho dúvidas. Mas a certeza que tenho diz respeito ao sabor e aroma agradáveis encontrados nesta cerveja, somados ao seu ótimo corpo.
Seguem impressões:

Franziskaner Hefe-Weissbier Dunkel
Família – Ale
Estilo – Weizenbier Dunkel
Teor e álcool – 5,2%
Temperatura de serviço – 4 a 6 graus (melhor a 6 graus)
Cor – Castanho escuro/marrom.
Espuma – Ótima formação e boa duração, bege clara.
Aroma – Pouco cravo, mais banana, malte torrado, fermento.
Sabor – Corpo médio, boa carbonatação, cravo, fermento, maltes torrados, refrescante e adstringente com levíssimo amargor do malte torrado.
Veredicto – Embora não seja a minha preferida do estilo, é uma “muito boa cerveja”. Mais leve e mais refrescante que a maioria das cervejas de trigo escuras. Experimente!!!! Vale a pena!

24 de outubro de 2008

Cervejas Eggenberg - 2ª Parte

A Eggenberg Samichlaus Bier é considerada a lager mais alcóolica do mundo, com 14% de teor de álcool. É feita apenas uma vez por ano, no dia 6 de dezembro, dia de São Nicolau (em inglês Santa Claus, em alemão Samichlaus, ou seja, o nosso querido gordinho Papai Noel) e é maturada por 10 meses antes de ser engarrafada e comercializada. Estou com a safra de 2007, lembrando que agora também é possível encontrar a versão “clara” desta cerveja, a Samichlaus Helles. Já a Eggenberg Urbock 23º, que é uma das cinco cervejas da mais antiga cervejaria austríaca disponíveis no Brasil, é incomum para o estilo, principalmente pela cor (clara quando comparada com outras doppelbock ). A Urbock é conhecida como o conhaque das cervejas, devido a sua potência. Seguem as impressões dessas duas interessantes cervejas:

Eggenberg Samichlaus Bier
degustada em 23/10/2008
Família – Lager
Estilo – Strong Lager
Teor de álcool – 14,0%.
Temperatura de serviço – 5 a 7 graus
Cor – Marrom avermelhado profundo, límpida
Espuma – Boa formação e média/pouca duração
Aroma – Frutado, ameixa, leve álcool, doce acentuado, maltes, nada de lúpulo, pimenta.
Sabor – Encorpada, média/pouca carbonatação, álcool e doce acentuados, malte, ameixa, (condimentos?), licoroso, com final doce e residual seco.
Veredicto – Todos estão apostando na evolução desta cerveja, acreditando que com o tempo ficará menos doce. É bastante provável, Vamos esperar!! Degustei a primeira garrafa em 26/06/2008 e, em comparação com esta, analisada em 23/10/2008, quatro meses depois, não houve diferença perceptível. Quem sabe daqui um ano alguma “transformação” ocorra...
Cerveja interessante até por conta de toda a história envolvida e do processo super-especial de sua fabricação.


Eggenberg Urbock 23º
degustada em 23/10/2008
Família – Lager
Estilo – Doppelbock
Teor de álcool – 9.6%.
Temperatura de serviço – 6 a 8 graus.
Cor – Dourada e límpida
Espuma –Boa formação e média duração, cremosa
Aroma – Muito malte, doce, cítrico, álcool maçante.
Sabor – Encorpada, pouca carbonatação, picante, maltes, doce, álcool evidenciado, cítrico/laranja, licoroso.
Veredicto – Ótima doppelbock para apreciadores do estilo. Embora seja muito clara por utilizar menos maltes torrados se comparada a outras do estilo, conserva o picante característico desse tipo de cerveja.

23 de outubro de 2008

Eisenbahn Kölsch

Mais uma Eisenbahn muito interessante. Essa cervejaria, que agora pertence ao grupo Schincariol vem produzindo cervejas de boa qualidade com toda certeza. Séculos de resistência em produzir cervejas lager na cidade alemã de Colônia, resultaram nesse estilo híbrido único, de Ale e Lager, a Kölsch. Sim , estilo híbrido, onde utiliza-se levedura de alta fermentação (Ale) em temperatura de maturação de leveduras de baixa fermentação (lager).
Seguem impressões:

Eisenbahn Kölsch
Família – Ale.
Estilo – Kölsch.
Teor de álcool – 4,8%
Temperatura de serviço – 4 a 6 graus.
Cor – Dourada.
Espuma – Boa formação e duração, cremosa.
Aroma – Não é muito aromática, frutada com doce do malte.
Sabor – Boa carbonatação com corpo leve, doce, adstringente com final seco.
Veredicto – Muito interessante este estilo de cerveja. É fácil de beber! Na sua elaboração são utilizados quatro tipos de malte sendo um de trigo. Foi avaliada como a melhor cerveja Kölsch do mundo em 2008 na sua categoria. O concurso em questão é o World Beers Awards patrocinado pela Beer of the World.

17 de outubro de 2008

Jenlain nº Six

Desde o início de sua produção em 2000, até março de 2005, a Jenlain Six era conhecida como Jenlain Blonde. O nome Jenlain Blonde agora é usado para uma outra cerveja (já degustada pelo Santa Cerveja !!), que começou a ser produzida em março 2005.
Seguem as impressões:

Jenlain nº Six
Família – Lager.
Estilo – Pale Lager.
Teor de álcool – 6,0%.
Temperatura de serviço – 5 a 6 graus.
Cor – Levemente turva, laranja.
Espuma – Boa formação e média duração. Cremosa.
Aroma – Mel, cereais, lúpulo e cítrico, notas de malte.
Sabor – Cítrico, laranja, fermento, lúpulo, malte, boa carbonatação, médio corpo, final doce com conotação de mel e leve adstringência.
Veredicto – Cerveja que me agradou muito embora não seja um adorador do estilo pale lager. Bastante saborosa e aromática com corpo agradavelmente aveludado e com ótimo drinkability.

13 de outubro de 2008

Hoegaarden Witbier

Produzida na vila de Hoegaarden, no norte da Bélgica, é uma autêntica cerveja de trigo belga, também conhecida como White Beer ou Witbier. É uma cerveja ale o que significa dizer que é de alta fermentação. Essa cerveja, depois de engarrafada, não é pasteurizada e permanece em repouso por mais três semanas para que aconteça a segunda fermentação na garrafa conferindo-lhe aparência final turva, típica das cervejas de trigo. Mas diferentemente das Weiss alemãs, que seguem a lei da pureza, na produção das Witbier belgas são utilizados adjuntos bastante peculiares. No caso da Hoegaarden, sementes de coriandro ou coentro (especiaria originária do norte da África e Ásia) e raspas de casca de laranja. Seguem impressões:

Hoegaarden Witbier
Família – Ale
Estilo – Witbier
Teor e álcool – 4,9%
Temperatura de serviço – 4 graus
Cor – Amarelo pálido, turva.
Espuma – Cremosa tipo Chantili, média/pouca formação e boa duração.
Aroma – Cítrico suave, especiarias/cravo.
Sabor – Corpo médio, média/baixa carbonatação, cítrico com notas de laranja/limão, especiarias (cravo), final cítrico e refrescante.
Veredicto – Muito boa cerveja! Ótimo drinkability!! Perfeito exemplar de cerveja de trigo da escola belga sendo na verdade um expoente do estilo produzida desde 1445.

11 de outubro de 2008

8.6 Red

Duas holandesas que durante um tempo andaram sumidas por questões jurídicas estão de volta ao Brasil, desta vez com o nome de 8.6 e 8.6 Red. Antes comercializadas como Bavaria, nome da mais antiga cervejaria holandesa (Bavaria Holland Brewery), elas tiveram que ser retiradas do mercado, pois o nome aqui no Brasil é marca registrada de outra cervejaria, que diga-se de passagem, produz uma versão premium (Bavaria Premium), que é puro malte, e é muito boa. Pelo jeito os holandeses apreciam bastante o estilo malt liquor e o strong lager. Seguem impressões da 8.6 Red:

8.6 Red
Família – Lager
Estilo – Strong Lager
Teor de álcool – 7,9%.
Temperatura de serviço – 5 a 7 graus
Cor – Rubi, avermelhado, levíssimamente turva.
Espuma – Ótima formação e duração, bege clara, cremosa.
Aroma – Malte, caramelo, doce, álcool.
Sabor – Médio corpo e média carbonatação, caramelo, álcool, licorosa, quente, suave amargor final com residual doce.
Veredicto – Gostosa cerveja de um estilo complicado! Normalmente acho ruim, mas essa me surpreendeu. Corpo agradável, muito aromática, mesmo sendo uma lager. Alguns profissionais do ramo talvez queiram me matar, mas ela até lembra a Jenlain Ambreé, mesmo sendo de famílias e estilos diferentes. A leve turbidez provavelmente seja por conta do trigo em sua composição.

8 de outubro de 2008

Bamberg Alt

O estilo Altbier ou Alt, que em alemão significa antigo/velho, é um estilo originário da cidade de Düsseldorf. As Alt são cervejas de alta fermentação, escuras de tom acobreado, com malte e amargor de lúpulo bastante presentes. Vale dizer que a versão para o estilo produzida pela Bamberg segue a lei da pureza de 1516, utilizando em sua elaboração apenas água, malte, malte torrado, lúpulo e fermento.
Seguem as impressões:

Bamberg Alt
Família – Ale
Estilo – Alt ou Altbier
Teor de álcool – 4,8%
Temperatura de serviço – 6 a 8 graus
Cor – âmbar/acobreado.
Espuma – Média formação e pouca duração.
Aroma – Frutada, lúpulo, malte, “herbal”?.
Sabor – Corpo médio, baixa carbonatação, leve doce do malte, caramelo, final com amargor do lúpulo pronunciado.
Veredicto – Não é um tipo de cerveja que me faz pensar em tomar outra. É a única cerveja desse estilo produzida no Brasil. Podemos encontrar também a Grolsch Amber Ale, da Holanda, mas a brasileira é de longe a mais gostosa.

7 de outubro de 2008

Franziskaner Hefe-Weissbier Hell

A Franziskaner Weissbier tem mais de 600 anos. Essa cerveja, que é obtida através de alta fermentação, já era consumida e apreciada pelos babilônios. Esse estilo se distingue pelo agradável nível de carbonatação e sabor, com residual refrescante. Pelo fato de conter menos lúpulo, as cervejas do tipo weiss proporcionam uma experiência gustativa mais suave. O processo de filtragem permite a presença de fermento após o envase, conferindo uma aparência turva à cerveja e promovendo a segunda fermentação na própria garrafa. O grande charme desta e outras cervejas de trigo é seu ritual de consumo. Depois de servir quase todo o seu conteúdo, em copo apropriado, deve-se fazer movimentos circulares com a garrafa para que a levedura, depositada ao fundo, se misture ao restante do líquido, quando então se serve o que restou, formando uma deliciosa espuma. A tradição alemã diz que o brinde com esse estilo de cerveja deve ser feito com a parte inferior do copo. As cervejas Franziscaner, produzidas pela cervejaria Spaten Franziskaner Bräu em Munique, na Alemanha, são disponibilizadas pela ImBev em três versões: Franziskaner Hefe-Weissbier Hell, Franziskaner Hefe-Weissbier Dunkel e Franziskaner Weissbier Kristallklar. Todas seguem a lei da pureza de 1516. As impressões da versão clara de trigo:

Franziskaner Hefe-Weissbier Hell
Família – Ale
Estilo – Weizenbier
Teor de álcool – 5,0%.
Temperatura de serviço – 4 graus.
Cor – Laranja, cor de mel, turva.
Espuma – Ótima formação e duração, muito cremosa.
Aroma – Cravo, banana pronunciado, fermento.
Sabor – Banana, cravo pronunciado, boa carbonatação, encorpada, leve amargor com final adstringente.
Veredicto – Mais escura que as claras de trigo. Muito gostosa de beber. É a melhor clara de trigo depois da Weiheinstephan.

5 de outubro de 2008

Eisenbahn Weizenbier

Esta é a representante de trigo da Eisenbahn. Aliás, bela representante!! Cerveja muito bem elaborada e fácil de beber. Alguns profissionais classificam esta e outras cervejas de trigo não filtradas ou com processo de filtragem que permite a presença de fermento após o envase de hefe weizenbier, o que obviamente também é correto, pois hefe nada mais é do que levedura em alemão. Portanto significa dizer que é uma cerveja de trigo com a presença de levedura (fermento) na garrafa, aquela que agitamos com um pouco do líquido para formar o creme generoso característico dessas cervejas. As impressões:

Eisenbahn Weizenbier
Família – Ale
Estilo – Weizenbier
Teor de álcool – 4,8%
Temperatura de serviço – 4 graus
Cor – Amarela, turva.
Espuma – Boa formação e média duração.
Aroma – Cravo, banana, suavemente perfumada, especiarias.
Sabor – Corpo médio, sabor suave de especiarias, com força no cravo, banana, cítrico e refrescante.
Veredicto – Muito boa essa brasileirinha! A melhor cerveja de trigo nacional na minha opinião!

3 de outubro de 2008

Jenlain Fraiche

Mais uma boa cerveja da família francesa Jenlain. Ainda não degustei cerveja ruim dessa marca. Todas são muito saborosas e parecem feitas com muito cuidado para agradar os apreciadores da bebida. Seguem as impressões da Jenlain Fraiche:

Jenlain Fraiche
Família – Lager.
Estilo – Pale Lager (alguns classificam como Standard American Lager)
Teor de álcool – 5,0%.
Temperatura de serviço – 5 a 6 graus.
Cor – Levemente turva pela presença de fermento, dourada, alaranjada.
Espuma – Ótima formação e duração. Espuma tipo chantily.
Aroma – Lúpulo, mato, doce do malte.
Sabor – Cítrico, doce, refrescante, muito carbonatada, amargor final, corpo médio.
Veredicto – Gostosa cerveja. Bem diferente de tudo que estamos acostumados a beber. Porém, a nº Six é mais interessante. Na sua composição utiliza-se também trigo.

1 de outubro de 2008

Eisenbahn Dunkel

Mais uma Eisenbahn degustada. Agora é a vez da premiadíssima Dunkel. Embora com este nome, trata-se de uma schwarzbier e não dunkel como veremos. Seguem as impressões:

Eisenbahn Dunkel
Família – Lager
Estilo – Schwarzbier
Teor de álcool – 4,8%
Temperatura de serviço – 8 a 10 graus.
Cor – Cobre escuro avermelhado para marrom
Espuma – Boa formação e média duração, dourada.
Aroma – Café, doce, malte torrado, queimado
Sabor – Café, malte torrado, doce, “bala de café”, médio corpo, bem carbonatada, amargor do malte torrado, (leve lúpulo?).
Veredicto – Cerveja nacional muito agradável. Preta como deve ser uma cerveja do referido estilo! De 0 a 5, nota 3!! Vale dizer que esta cerveja ganhou medalha de bronze no European Beer Star em novembro de 2007, medalha de prata no Australian International Beer Awards, em março de 2008 e bronze novamente na World Beer Cup, em abril do mesmo ano. Por isso sempre digo, gosto é gosto.