31 de maio de 2009

Super Bock Abadia Rubi

Recentemente, mais precisamente em março, a versão “gourmet dourada” das cervejas portuguesas Super Bock, a Abadia Gold, foi postada pelo Santa Cerveja !! Na oportunidade já havia dito que de abadia, possuia somente o nome, pois tratava-se de outro estilo completamente diferente de cerveja. Hoje apresento a Super Bock Abadia Rubi, que assim como a Gold, foi lançada em março de 2008 e não é abadia, mas sim uma strong lager como percebe-se pelas impressões expostas abaixo:

Super Bock Abadia Rubi
Deg. em 21/05/2009
Família – Lager
Estilo – Strong Lager
Teor de álcool – 6,8 %.
Temperatura de serviço – 4 a 6 graus.
Cor – Laranja avermelhado, cobre, límpida.
Espuma – Boa formação e boa/média duração.
Aroma – Doce, caramelo, maltes, crítico, frutada/tutti-frutti, (pimenta?), levíssimo álcool.
Sabor – Médio corpo/encorpada, pouca carbonatação, levemente licorosa, levíssimo álcool, doce, quente, cítrica, leve amargor final.
Veredicto – Interessante, mas a versão Gold é melhor, embora não seja fã nem de uma nem de outra. Assim como com sua “irmã” clara, a harmonização recomendada pode funcionar, no caso carnes vermelhas!! A bonita cor avermelhada desta cerveja é alcançada não só pela combinação de maltes, mas também, através da adição de corantes...

28 de maio de 2009

Greene King IPA e Export Strength IPA

Em continuação pela viagem através das cervejas inglesas da Greene King, apresento duas “IPAS”, uma em lata e outra em garrafa. E interessantemente tratam-se de duas cervejas distintas. Uma realmente é india pale ale (IPA), estilo que já foi devidamente tratado pelo Santa Cerveja !! quando postadas cervejas do referido estilo, como a Indica, da Colorado e a Estrada Real, da Falke Bier; outra, aproxima-se de outro estilo que não IPA. Sem mais delongas, seguem as impressões das versões IPA da cervejaria inglesa:

Greene King IPA
Deg em 03/04/2009
Família – Ale
Estilo – Standard/Ordinary Bitter.
Teor de álcool – 3,6%.
Temperatura de serviço – 6 a 8 graus.
Cor – Cobre, límpida. Bonita cor.
Espuma – Boa formação e boa/média duração, bastante cremosa. Ótimo creme!
Aroma – Lúpulo, maltes, doce, caramelo, levemente frutada.
Sabor – Leve corpo, baixa carbonatação, levíssimamente amarga, (terra?), levíssimo caramelo, adstringente, (seca?), residual também levemente amargo.
Veredicto – Com certeza a cerveja menos expressiva da boa cervejaria inglesa. Não é uma IPA como indica a embalagem. Primeiro pelo teor alcoólico de 3,6% que é pouco para o referido estilo, depois pelo lúpulo não tão evidente e pela falta do sabor de maltes caramelados. Também senti um sabor de “ferrugem”, que não percebi nas outras vezes que degustei a IPA em lata!!!! Dispensável.

Greene King Export Strength IPA
Deg em 03/04/2009
Família – Ale
Estilo – IPA (India Pale Ale)
Teor de álcool – 5,0%.
Temperatura de serviço – 6 a 8 graus.
Cor – Cobre escuro, límpida.
Espuma – Boa formação e duração, cremosa, bege. Bom creme!
Aroma – Lúpulo evidenciado, maltes, toffee, doce e frutado.
Sabor – Médio corpo, média/baixa carbonatação, leve doce inicial, caramelo, lúpulo pronunciado, refrescante, (pão?), médio paladar de malte com final também amargo.
Veredicto – Mais amarga que a IPA em lata com lúpulo bastante evidente e agradável. Muito boa cerveja!!! Tirando o fato do aroma de álcool não estar presente, aproxima-se mais de uma verdadeira IPA do que de uma ESB, como alguns colegas já afirmaram... Recomendo para os iniciados!! A Greene King IPA em garrafa, feita somente para exportação, apresenta mais álcool que a versão em lata (3,6% X 5,0%) e também melhor corpo. É indiscutivelmente mais marcante.

25 de maio de 2009

Spaten München

A Cervejaria Spaten, hoje Spaten FranzisKaner Bräu München, é a mais antiga de Munique. Com grandes inovações, esta fábrica chegou a ser uma das maiores da Alemanha. Dentre suas inovações, destaca-se a construção, em 1873, por Carl Linde, depois de ordem recebida de Gabriel Sedlmayr (cujas iniciais de seu nome encontram-se no logo da cervejaria), da primeira máquina de refrigeração capaz de produzir gelo artificial da Baviera. Até então, só era possível fabricar cerveja de baixa fermentação no inverno ou com gelo retirado dos rios e armazenado em caves ou poços, limitando a produção desta família de cervejas, as “lagers”.
A fábrica Spaten foi também uma das primeiras a exportar suas cervejas que seguem a Lei da Pureza de 1516, hoje comercializadas em todo mundo. A Spaten München ou Spaten Münchner Hell é considerada uma cerveja tipicamente bávara. Seguem as impressões desta boa clara de Munique:

Spaten München
Deg. 13/05/2009
Família – Lager
Estilo – Munich Helles.
Teor de álcool – 5,2 %.
Temperatura de serviço – 2 a 4 graus.
Cor – Dourada clara, límpida.
Espuma – Boa formação e média/pouca duração.
Aroma – Frutado, leve doce, herbal de lúpulo mais pronunciado, cereais, (pão?). Aroma muito agradável.
Sabor – Leve corpo, boa carbonatação, cereais, amargo do lúpulo, adstringente, refrescante, levemente seca com final também amargo.
Veredicto – Muito equilibrada. Produzida desde 1937, é a melhor helles que já degustei. Pode ser encontrada por preço justo no Wall Mart. Em razão da importação pela Ambev, o custo/benefício desta cerveja é ótimo. Indico sem dúvida!! Além desta versão, mais quatro cervejas são produzidas pela cervejaria: Spaten Pils, Oktoberfestbier, Diät Pils e Alkoholfrei.

22 de maio de 2009

Hoegaarden Grand Cru

A Grand Cru é a versão da cervejaria belga Hoegaarden mais elaborada, se comparada com a versão Witbier “tradicional” (aliás, boa cerveja já postada pelo Santa Cerveja !!). No próprio rótulo, a cerveja é descrita como de nobre degustação, com toda razão. Esta cerveja é classificada de várias formas: Belgian Strong Ale, para o Ratebeer; Witbier para o Beer Advocate e também como Belgian Tripel para o Oxford Bottled Beer Database. Na verdade, trata-se de uma Strong Golden Ale Belga, concordando mais com o Ratebeer, considerando seu teor alcoólico de 8,5%, aroma e sabor cítricos, remetendo à maçã, combinado com seu corpo médio a encorpado, sem falar da espuma densa e duradoura. Seguem as impressões desta maravilhosa cerveja:

Hoegaarden Grand Cru
Deg. em 18/04/2009
Família – Ale
Estilo – Strong Golden Ale
Teor de álcool – 8,5 %
Temperatura de serviço – 6 a 8 graus.
Cor – Laranja, turva pelo fermento e com presença de partículas suspensas do fermento.
Espuma – Ótima formação e duração, densa.
Aroma – Doce, fermento, cítrico, laranja, maltes, leve álcool, especiarias, cravo.
Sabor – Médio corpo/encorpada, boa carbonatação, fermento, leve álcool, cítrica, laranja, maçã, final equilibrado de amargo com o doce.
Veredicto – Excelente cerveja!!! Inicialmente fiquei curioso para classificá-la. Pensei será uma witbier? Mas seus 8,5% de álcool já descartavam o referido estilo. Mas não precisou muito!!! Bastou derramar a bela cerveja alaranjada e turva na taça para os aromas serem liberados e começar então, a desenhar o néctar que degustava. Cravo, cítrica, fermento agradável, leve álcool. Em seguida o primeiro e esperado gole!!! Outra vez o álcool, fermento e o cítrico da laranja, mais um toque de maçã.... O creme persistente e denso!!! Era definitivamente uma Strong Golden Ale. Uma ma-ra-vi-lho-sa Strong Golden Ale que leva em sua fórmula, também o trigo. Para apaixonados pelo estilo, minha indicação!!!!! Santa Cerveja !!

19 de maio de 2009

Kaiser Bock 2009

Esta cerveja produzida, hoje, pela Fensa, é uma bock de bom gosto! A primeira vez que a provei, estava em Monte Verde/MG, no inverno de 1993. Naquela época namorava a menina com pezinhos lindos que hoje é minha esposa, e naquele momento a cerveja já me agradou. Interessante é que a cada ano, a receita desta cerveja passa por algumas mudanças. Adiciona-se mais ou menos lúpulo, maltes e a quantidade de adjuntos também varia... Enfim, a cada ano temos uma nova Kaiser Bock. A versão 2009, do grande grupo cervejeiro mexicano, foi degustada cuja as impressões passo a expor:

Kaiser Bock 2009
Deg. 19/05/2009
Família – Lager
Estilo – Bock
Teor de álcool – 6,2%.
Temperatura de serviço – 5 a 7 graus.
Cor – Avermelhada/cobre intenso.
Espuma – Boa formação e boa/média duração, cremosa e bege.
Aroma – Caramelo intenso, leve lúpulo, leve torrado, levíssimo álcool, defumado agradável.
Sabor – Médio corpo, média carbonatação, caramelo/toffee, doce, maltes, leve álcool, levemente licorosa, final amargo do lúpulo.
Veredicto – O aroma desta versão bock, da Kaiser, cerveja que podemos dizer que já é tradicional, está muito bom. Melhor que a edição 2008, com muito mais personalidade!!! Até pode-se dizer que é relativamente quente, o que se espera de uma cerveja de inverno. Mas, infelizmente, o aroma é melhor que o sabor. Indico mesmo assim...

16 de maio de 2009

Maredsous Blonde 6º, Brune 8º e Triple 10º

Maredsous é a autêntica cerveja dos monges beneditinos da Abadia de Maredsous, na Bélgica. A Abadia localiza-se na Ardennes belga, sul da cidade de Namur, na província de mesmo nome, próxima a pitoresca vila chamada Denée. A Abadia de Maredsous foi fundada em 15 de outubro de 1872 perto da Abadia de Beuron, na Alemanha (Ambas são “descendentes” da Abadia de Saint Paul, em Roma). Foi então que Attout, monge beneditino e filho de cervejeiro, formulou uma cerveja especial. Os monges de Maredsous começaram a produzir a “divina” cerveja em 1930 e após a segunda guerra mundial, passaram a produzi-la fora do mosteiro.
Na Abadia de Maredsous vivem 35 monges, que oram e trabalham seguindo os ensinamentos de Saint Benedict, tradição que perdura por seis séculos. Dedicação e hospitaldade são valores muito importantes na Abadia de Maredsous.
As cervejas produzidas pela Maredsous ainda seguem a receita original dos monges beneditinos. Hoje as cervejas da Abadia ainda são supervisionadas por uma comunidade de Abadias que recebem royalties e é representada pelo Abade Bernard Lorent. Uma parte do lucro gerado pela cervejaria é destinado às causas humanitárias, mesmo pertencendo ao Grupo Duvel Moortgat, há mais de 30 anos.
Hoje tive o prazer de degustar as três versões da Maredsous. Todas muito especiais com sabores definidos e aromas inconfundíveis. Seguem as impressões da Maredsous Blonde, Brune e Triple cujo os números indicados nos rótulos informam o teor alcoólico de cada versão:

Maredsous Blonde 6º
Deg. em 11/05/209
Família – Ale
Estilo – Abadia (Blond Ale)
Teor de álcool – 6,0%.
Temperatura de serviço – 6 a 10 graus.
Cor – Cor de caramelo, alaranjada, leve turbidez.
Espuma – Boa formação e duração, bege.
Aroma – Cítrico, laranja, (maçã?), fermento, doce do malte, mel quando mais quente.
Sabor – Médio corpo, média carbonatação, fermento, leve doce do malte, cítrico/laranja, leve amargor do lúpulo, residual também de fermento, seca, (cravo?).
Veredicto – Boa Blonde. Corpo agradável e saborosamente balanceada. Todas as Maredsous são boas, mas esta fica em último lugar das três. Até porque cervejas blond são mais comuns que de outros estilos. De qualquer forma, recomendo sem dúvida!!

Maredsous Brune 8º
Deg. em 11/05/2009
Família – Ale
Estilo – Abadia (Dubbel)
Teor de álcool – 8,0%.
Temperatura de serviço – 8 a 12 graus.
Cor – Marrom avermelhado, levemente turva. Linda cor!
Espuma – Boa formação e ótima duração, cremosa.
Aroma – Torrado, café, chocolate, fermento, doce, (frutas vermelhas?), (madeira?), complexo.
Sabor – Médio corpo, média carbonatação, álcool, café pronunciado, doce agradável, frutas pretas, sabor aveludado, sensação quente, leve amargor final com residual também amargo e de café.
Veredicto – Ótima dubbel! Mais leve que outras do estilo. Esta cerveja me fez lembrar da versão dubbel da La Trappe, minha paixão. Ambas são magníficas!!! O creme “fofo” acompanha a cerveja até o último gole. Tem personalidade, mas não enjoa. Aroma, corpo e sabor com notas máximas. Apreciadores do estilo devem degustá-la. Santa Cerveja!!

Maredsous Triple 10º
Deg. em 11/05/2009
Família – Ale
Estilo – Abadia (Tripel)
Teor de álcool – 10,0%.
Temperatura de serviço – 6 a 10 graus.
Cor – Alaranjada, mais clara que a Blonde, turva.
Espuma – Boa formação e média duração, bege clara.
Aroma – Cítrico, laranja, maçã, doce, fermento, leve álcool.
Sabor – Médio corpo, média carbonatação, doce, cítrico pronunciado, especiarias, leve álcool. A mais amarga das três, mas mesmo assim, não tão pronunciado, com final doce.
Veredicto – É uma tripel, também mais suave que outras do estilo. Interessante não sentir a presença demasiada do álcool. O final desta cerveja é muito “redondo”, agradável. Não sou fã de tripel, mas adoraria outra garrafa desta versão. Todas as Maredsous são excelentes, mas minha preferida é a Brune.

12 de maio de 2009

Estrella Damm Inedit, Estrella Damm e Voll-Damm Doble Malta

A Damm, fundada em 1876, é uma das cervejarias mais conhecidas da Espanha. A cervejaria foi batizada com o sobrenome do metre-cervejeiro da Empresa, Joseph Damm.
Além da última da família a desembarcar por aqui, a A.K. Damm, outras três versões encontram-se disponíveis no Brasil: A Voll Damm, uma cerveja feita no início somente em março, com maior quantidade de malte em razão das altas temperaturas do verão; a Estrella Damm, uma cerveja refrescante; e a Estrella Inedit, muito especial com segunda fermentação na garrafa como veremos. Passo a expor minhas impressões das três últimas espanholas:
 

Estrella Damm Inedit
Deg. 14/03/2009
Família – Ale
Estilo – Witbier
Teor de álcool – 4,8%.
Temperatura de serviço – 2 a 4 graus.
Cor – Amarelo pálido, turva.
Espuma – Excelente formação e duração, cremosa.
Aroma – Floral do lúpulo, fermento, doce, cítrico, “laranja cristalizada”, limão.
Sabor – Médio corpo, bastante carbonatada, seca, cítrica/limão, laranja, azedo agradável de limão.
Veredicto – Mais saborosa que aromática. Muito agradável. Se o objetivo do Chef espanhol Ferran Adriá juntamente com os mestres cervejeiros da cervejaria Damm era fazer uma receita para harmonização com pratos especiais, acertaram bonito... Tudo começa pela bela garrafa. Quando destampada, libera aroma agradável que por si só “empurra para o primeiro gole". Bonito visual palha, característico do estilo que abraça o fino e delicado sabor! Vale conferir!!!

Estrella Damm
Deg. 11/04/2009
Família – Lager
Estilo – Pale Lager (classificada por alguns como Standard American Lager)
Teor de álcool – 4,6%.
Temperatura de serviço – 4 a 6 graus.
Cor – Dourada.
Espuma – Média formação e média/boa duração, levemente cremosa.
Aroma – Frutada, malte, leve lúpulo.
Sabor – Leve corpo, boa carbonatação, frutada, doce do malte com leve amargor do lúpulo, adstringente, seca, com amargor final também do lúpulo..
Veredicto – Trata-se de uma pale lager, também conhecida pelo nome de “Estrela Dourada”. Não dá pra ficar inventando coisa!!! Talvez a melhor do estilo que já degustei, por ser bem equilibradinha e refrescante... Gostosinha mas totalmente dispensável.

Voll-Damm Doble Malta
Deg. 11/04/2009
Família – Lager
Estilo – Märzen/Oktoberfest (também classificada como Export)
Teor de álcool – 7,2%.
Temperatura de serviço – 4 a 6 graus.
Cor – Dourado escuro.
Espuma – Boa formação e duração, cremosa, bege.
Aroma – Doce, (caramelo?), maltes, levíssimo lúpulo.
Sabor – Médio corpo, média carbonatação, levemente seca, lúpulo, doce, final amargo do lúpulo, leve álcool que não compromete.
Veredicto – Antes é importante frisar, que a expressão italiana “doppio Malto”(ou Doble Malta, em espanhol) é utilizada para indicar uma cerveja forte. Logo uma doppelbock será sempre uma “doppio malto”, mas a recíproca não será verdadeira... No caso em questão, trata-se de uma cerveja de 7,2% de álcool e, portanto, uma “doppio Malto”. Aliás, boa cerveja!!! Depois da Inedit, é a melhor da cervejaria. Tem uma bonita cor, corpo agradável e sabor que não é enjoativo como de outras märzen, até por ser menos doce que outras do estilo. Vale experimentar!!! Não poderia deixar de destacar que esta cerveja foi premiada em 2004 com a Medalha de Ouro na International Beer Competition e eleita a melhor Strong Lager do mundo pela Revista Beers of the World em 2007.

10 de maio de 2009

Morland Hen’s Tooth

A Hen’s Tooth, da inglesa Greene King/Morland, é uma English Strong Ale, refermentada na garrafa (processo denominado pelos ingleses de bottle conditioning). Em razão dessa segunda fermentação com leveduras ativas, é permitida a continuidade da maturação com o desenvolvimento de sabor e aroma. A Hen’s Tooth utiliza maltes cristal e pale ale, lúpulos Challenger e Goldings e o fermento original da Morland.
Segundo a CAMRA (Campaign for Real Ale), grupo inglês que busca resgatar as tradições cervejeiras na Inglaterra, trata-se de uma Real Ale justamente por ser elaborada com métodos e ingredientes tradicionais (maturação e segunda fermentação no próprio barril/garrafa de onde é extraída sem o auxílio de CO2). Seguem as impressões da inglesa especial:

Morland Hen’s Tooth
Deg. em 18/04/2009
Família – Ale
Estilo – English Strong Ale.
Teor de álcool – 6,5%.
Temperatura de serviço – 5 a 7 graus.
Cor – Cobre, levemente turva pelo fermento.
Espuma – Boa formação e duração, tipo chantili, dourada.
Aroma – Levemente frutado, (abacaxi?), malte, caramelo, (fermento?), leve lúpulo.
Sabor – Médio corpo/encorpada, média/alta carbonatação, frutada como no aroma, maltes pronunciados, doce seguido de amargor pronunciado do lúpulo, notas de caramelo, fermento, (leve torrado?), final seco com aftertaste amargo.
Veredicto – Bela cerveja!! É diferente de todas as ales inglesas que já degustei. Sou fã juntamente com a Abbot Ale. Esta cerveja recebeu seu nome baseado na frase dita pelo mestre cervejeiro da Morland quando referiu-se à cerveja: “Uma combinação de força e personalidade, tão rara como “dente de galinha”.

8 de maio de 2009

Paulaner Hefe-Weiβbier Dunkel

Conversando com colegas do trabalho, fui questionado em relação às melhores cervejas de trigo disponíveis em nosso mercado. Elencando as referidas cervejas, percebi que estava em falta com a Paulaner, pois até hoje, quase um ano depois de inaugurado o blog Santa Cerveja!!, havia postado apenas a versão doppelbock da cervejaria, a Salvator. Hoje apresento a versão escura de trigo da Paulaner que é uma das melhores do estilo da Alemanha para o mundo:
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Paulaner Hefe-Weiβbier Dunkel
Deg. 06/05/2009
Família – Ale
Estilo – Weizenbier Dunkel
Teor de álcool – 5,3%.
Temperatura de serviço – 4 graus.
Cor – Marrom alaranjado.
Espuma – Boa formação e duração, bege, cremosa.
Aroma – Banana mais pronunciado, cravo, torrado, doce, fermento.
Sabor – Médio/leve corpo e boa carbonatação, mesmas impressões do aroma, com destaque para a especiaria, torrado, leve amargor do malte torrado e fermento.
Veredicto - Ótima cerveja!! O fermento utilizado pela Paulaner não se mistura totalmente à cerveja. Parte dele fica em suspensão e vai se depositando no fundo do copo. Dificilmente é possível encontrar uma weiss genuinamente alemã ruim, mas as Paulaner são diferenciadas pelo próprio fermento utilizado, que dão às suas cervejas aromas e sabores especiais. Como já disse acima, estava em débito com esta excelente cervejaria alemã. E esta cerveja em especial, não pode deixar de ser apreciada!!!

6 de maio de 2009

Greene King St Edmund's

Em 869, o Rei Edmund foi massacrado durante a invasão dos vikings e foi enterrado na abadia de St. Edmund onde hoje se situa a Greene King Brewing, a maior cervejaria do Reino Unido.
A catedral de St Edmund levou cerca de 1300 anos para ser completamente reformada. Seu estilo arquitetônico é gótico renascentista.
Em homenagem a esta maravilhosa Catedral e sua grande história, a Greene King criou uma cerveja chamada St. Edmund's.
Realmente a cerveja St Edmund's tem a combinação perfeita da tradicional cerveja inglesa real com um moderno design que dispensa apresentação, como a própria cervejaria divulga. Seguem as impressões da boa inglesa:

Greene King St Edmund’s
Deg. em 18/04/2009
Família – Ale
Estilo – Golden Ale.
Teor de álcool – 4,2 %.
Temperatura de serviço – 6 a 8 graus.
Cor – Dourada, límpida.
Espuma – Média formação e pouca duração.
Aroma – Frutada, leve floral de lúpulo, doce, toffee, malte, (limão??).
Sabor – Médio/leve corpo, média/baixa carbonatação, floral de lúpulo, frutada, doce.
Veredicto – Podemos considerar que até é mais carbonatada que outras inglesas, considerando que a baixa carbonatação é uma tendência da referida escola, o que faz com que sintamos mais o que os maltes e lúpulos tem a nos oferecer. Os dois ingredientes também encontram-se mais leves nesta versão da Greene King. Cerveja que não empolga, mas também não desestimula a beber. Vale dizer, que o copo “ideal” (não gosto muito desse termo) para servir a St. Edmund's seria um “pint”, mas apostei em uma "caldereta", o que equivaleria mais ou menos, em medida, a um “half pint”. Não errei!!

4 de maio de 2009

Bush Blond e Bush Ambrée

A Brasserie Dubuisson que fica na Valônia, Bélgica, nasceu em 1769 criada pelos ancestrais dos atuais administradores da cervejaria, Hugues e Vincent Dubuisson. Mesmo após oito gerações de cervejeiros, a empresa continua independente e com a mesma família.
A primeira cerveja Bush foi criada por Alfred Dubuisson, em 1933, e até hoje sua receita permanece a mesma. Primeiro foi batizada de Bush 12% e mais tarde, foi “rebatizada” Bush Ambrée sendo considerada a cerveja mais forte da Bélgica.
O nome Bush tradução de Buisson, para o inglês, foi escolhido para facilitar a entrada da cerveja no mercado inglês. Já nos EUA, é comercializada como Scaldis pois Bush é exclusividade da gigante cervejaria Anheuser-Busch, que produz a Budweiser.
A família Bush é composta pelas seguintes cervejas: Bush de Nöel, Bush 7%, Bush Prestige (versão Ambrée maturada em barris de carvalho), Bush de Nuits, Cuvee de Trolls, Bush Ambrée Tripel (versão Ambrée refermentada na garrafa), Bush Blond Tripel (versão Blond refermentada na garrafa). Estas ainda não são encontradas em nosso país.Seguem as impressões das duas versões até agora disponíveis no Brasil, Bush Blond e Bush Ambrée:

Bush Blond
Deg. em 10/12/2008
Família – Ale
Estilo – Belgian Strong Ale
Teor de álcool – 10,5%
Temperatura de serviço – 7 a 9 graus.
Cor – Laranja, levemente turva.
Espuma – Boa formação e média/pouca duração.
Aroma – Álcool presente (menos que no sabor), cítrico/laranja, doce, malte, (fermento?)
Sabor – Média/pouca carbonatação, médio corpo, álcool bastante pronunciado, cítrico/laranja, fermento, quente, doce, maltes, residual também do álcool.
Veredicto – Lembra até uma “tripel animal”. Cerveja forte com álcool muito presente e com muita personalidade. Alguns a classificam como belgian specialty ale(?). Recomendo esta boa cerveja com muita moderação para acompanhar noites mais frias!!

Bush Ambrée
Deg. em 24/04/2009
Família – Ale
Estilo – Barley Wine
Teor de álcool – 12%
Temperatura de serviço – 8 a 10 graus.
Cor – Laranja avermelhado, levemente turva .
Espuma – Boa formação e média/pouca duração, bege clara.
Aroma – Álcool bastante evidente, maltes, doce, (fermento?), compota de frutas.
Sabor – Médio corpo, baixa carbonatação, álcool, quente, maltes, levíssimo amargor, licorosa, cítrica, laranja, damasco, pêssego, fermento, complexa.
Veredicto – Embora seja uma cerveja belga, trata-se de um estilo de cerveja da escola inglesa, o “barley wine”(vinho de cevada). Complexa cerveja. Também forte fazendo lembrar do álcool todo tempo. Seu dulçor não é desagradável, mas é bastante presente. O aroma lembra o da Barley Wine da brasileira Schmitt. Achei a Bush Blond mais cativante no geral!! De qualquer forma, disponibilizar duas ou três garrafas em sua adega para degustações despretensiosas, vale a pena!!!

1 de maio de 2009

Estrada Real IPA Falke Bier e Falke Bier Ouro Preto

A Falke Bier, cervejaria de Ribeirão das Neves/MG, fundada em 2004, nasceu da iniciativa dos irmãos Marco Antonio, Juliana e Ronaldo Falcone de abandonar suas atividades e investir em um projeto de qualidade de vida. O objetivo era produzir cerveja, de maneira que a atividade fosse uma paixão, não apenas visando lucro com a venda dos produtos. Realmente, as cervejas elaboradas pela Falke Bier são de excelente qualidade. Não tive a oportunidade de conhecer a cervejaria, mas em pesquisa pude observar o cuidado no preparo das bebidas e a tecnologia investida na empreitada. A Falke Bier produz três chopes (Pilsen, Red Baron e Ouro Preto) e três cervejas (Falke Tripel Monasterium, Estrada Real IPA Falke Bier e Falke Bier Ouro Preto-versão engarrafada do chope de mesmo nome). As impressões das duas últimas cervejas seguem abaixo, já sobre a Monasterium, trataremos em outro post com a exclusividade que entendo merecer:
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Estrada Real IPA Falke Bier
Deg. em 15/03/2009
Família – Ale
Estilo – India Pale Ale (IPA)
Teor de álcool – 7,5%
Temperatura de serviço – 6 a 8 graus.
Cor – Castanho, límpida.
Espuma – Boa formação e ótima duração, aveludada, cremosa de cor bege. Muito bom creme.
Aroma – Lúpulo, caramelo, doce, maltes, leve torrado de malte.
Sabor – Corpo médio, média carbonatação, lúpulo marcante, caramelo, maltes, torrado, doce no início, amargor intenso de lúpulo no final.
Veredicto – Boa cerveja. Muito equilibrada, com o lúpulo destacado como pede o estilo. Já comentei sobre o estilo em questão em outra postagem, mas vale lembrar que é cria da escola inglesa desenvolvido durante a colonização da Índia, no século XVIII. Os ingleses fizeram uma cerveja aumentando a lupulagem, que tem ação bactericida e o teor alcoólico, que diminui a atividade microbilológica, conferindo assim, maior durabilidade à bebida. Durabilidade essa, importantíssima para que as cervejas chegassem à Índia ainda em condição de serem consumidas pelos soldados ingleses. Brigará no mercado com a Indica da Colorado. Possui uma bonita cor e excelente aroma. Na dúvida, compre uma Falke e uma Colorado. Não irá se decepcionar com nenhuma delas.

Falke Bier Ouro Preto
Deg. em 08/04/2009
Família – Ale
Estilo – Schwarzbier
Teor de álcool – 4,5%
Temperatura de serviço – 6 a 8 graus.
Cor – Marrom-escuro avermelhado, límpida.
Espuma – Boa formação e duração, dourada.
Aroma – Café e torrado intensos, levíssimo chocolate, doce, toffee, levíssimo herbal de lúpulo.
Sabor – Média carbonatação, médio corpo, doce equilibrado, torrado e café também intensos, leve e equilibrado amargor do malte torrado, (fumaça/defumado??).
Veredicto – Ótima Schwarzbier que segue a Lei de Pureza da Baviera de 1516, utilizando apenas maltes torrados para alcançar sua bela cor, sem adição de corante caramelo. Sem dúvida a melhor nacional do estilo seguida de perto pelo exemplar da Bamberg de Votorantim (já postada pelo Santa Cerveja !!). Ambas convidam a abrir outra garrafa. A Ouro Preto deve ficar ótima com charuto.