29 de outubro de 2009

La Trappe Isid'or

Lembram-se quando avisei da chegada de uma nova La Trappe no espaço de avisos, no dia 19/10/2009?? Havia postado o seguinte: “Chegou a La Trappe Isid’or - Não anuncio a chegada de cervejas antes de degustá-las, mas como todos já sabem, sou admirador incondicional das La Trappe e fiquei feliz com a notícia. Vou adquirir meus exemplares da Isid'or, degustar o quanto antes e depois contar a todos minhas impressões. Pelas informações que recebi trata-se de uma cerveja avermelhada, com 7,5 de álcool, levemente doce, com notas de caramelo. É uma cerveja comemorativa dos 125 anos de início da produção das La Trappe pelo monge e mestre cervejeiro Isidorus Laaber. Mais detalhes quando apresentar a cerveja em questão. Santa Cerveja !! M.Haicki – 19/10/2009”.
Pois bem, hoje apresento a mais nova cerveja da família trapista holandesa.
Em 2009 completam 125 anos do início da produção das cervejas La Trappe, com as receitas do frade Isidorus Laaber. Para comemorar este fato, foi produzida esta cerveja especial neste ano de jubileu, sendo batizada com o nome do primeiro mestre cervejeiro, homenageando o frade, que fez a cervejaria e o mosteiro famosos.
Uma parte dos lucros da La Trappe vai para os mosteiros da Indonésia e de Uganda, que foram criados por Koningshoeven. O lucro de La Trappe Isid'or vai inteiramente para os monges de Uganda, que fugiram da violência no Quênia em 2008 e tiveram de começar do zero no novo país. Com o lucro de La Trappe Isid'or , a comunidade será capaz de construir um novo mosteiro e encontrar uma nova fonte de renda.
Na sua produção da Isid’or são utilizados maltes de cevada e trigo e lúpulo Perle, este cultivado pelo próprio mosteiro. Seguem as impressões da Isid’or:

Na taça da La Trappe, como a vi servida no site da Cervejaria


















La Trappe Isid’or
Degustada em 29/10/2009
Família – Ale
Estilo – Authentic Trappist (Belgian Pale Ale)
Teor de álcool – 7,5%
Temperatura de serviço – 8 a 12 graus (10 a 12 graus pela cervejaria)
Cor – Âmbar escuro/ avermelhada, turva.
Espuma – Boa formação e boa/média duração, bege.
Aroma – Caramelo, doce, frutado, pêssego, maçã, laranja, leve lúpulo e leve fermento.
Sabor – Médio corpo, média/baixa carbonatação, frutada, levemente cítrica, levíssimo álcool, leve sensação quente, maltes, doce agradável, (damasco?), especiarias, leve e agradável amargor final.
Veredicto – Outra LaTrappe especial. Muito boa cerveja!!!! Uma belgian pale ale especial. Diga-se de passagem, em se tratando de La trappe, é impossível encontrar alguma cerveja que não seja especial. Recomendo, mas comprem logo seu exemplar porque é uma edição limitada, pelo menos por enquanto!!!

26 de outubro de 2009

La Trappe Bockbier

Enquanto aguardo ansiosamente a chegada da minha La Trappe Isid’or, tenho o prazer, e tive muito mais quando degustei a cerveja, de apresentar a La Trappe Bockbier. Embora leve o nome de bock, na verdade trata-se de uma cerveja de alta fermentação totalmente especial e diferenciada. Lembro a todos que é possível fazer bocks, que normalmente são de baixa fermentação, utilizando-se fermento de alta (ale), assim como é possível produzir porter de baixa fermentação, quando comumente se utilizam fermentos de alta. Mas esta cerveja é diferente. Não é simplesmente uma bock, apresentando um caráter muito peculiar e, por essa razão, a classifiquei como uma cerveja especial. Seguem as impressões de mais uma bela cerveja da minha adorada holandesa, La Trappe:

La Trappe Bockbier
Degustada em 23/10/2009
Família – Ale
Estilo – Authentic Trappist (Specialty Beer)
Teor de álcool – 7,0%
Temperatura de serviço – 8 a 12 graus (12 graus pela cervejaria)
Cor – Marrom avermelhado.
Espuma – Boa formação e média duração, dourada.
Aroma – Madeira, caramelo, doce, torrado, leve café e chocolate, (frutas cristalizadas??), relativamente complexa.
Sabor – Médio corpo, baixa carbonatação, chocolate, doce agradável, frutas escuras/pretas/ameixa, quente, leve amargor do malte torrado com final de bala de café. Sabor também complexo.
Veredicto – Mais uma excelente cerveja La Trappe. É complexa, apresentando aromas e sabores sutis porém, marcantes. Figura entre minhas preferidas da cervejaria holandesa.

23 de outubro de 2009

Estrella Damm Daura

Esta versão da cervejaria espanhola Damm, foi uma das últimas a desembarcar no Brasil. Trata-se de uma cerveja que possui quantidade inferior a 6 ppm de glúten e, por esta razão, a propaganda é direcionada aos celíacos (pessoas com intolerância ao glúten). Seguem as impressões da Estrella Damm Daura, lembrando que a história da cervejaria encontra-se em post anterior:

Estrella Damm Daura
Deg. 23/10/2009
Família – Lager
Estilo – Pale lager
Teor de álcool – 5,4%.
Temperatura de serviço – 2 a 4 graus.
Cor – Dourada, límpida.
Espuma – Boa formação e boa/média duração, cremosa.
Aroma – Malte, doce, frutado, cereais, leve lúpulo.
Sabor – Médio/leve corpo, média carbonatação, frutada, bom drinkability, amargor final com retrogosto de cereal.
Veredicto – Cerveja interessante onde o único diferencial é o fato de possuir um teor de glúten menor do que nas cervejas “convencionais”. Embora seja agradável e fácil de beber estamos tratando de uma pale lager como outra qualquer. Apenas isso!! Na média!!

20 de outubro de 2009

Reinheitsgebot : A Lei Alemã da Pureza de 1516

Finalmente cumpro o que prometi já há algum tempo, falar um pouco sobre a Lei da Pureza de 1516. Esta lei determinava que para a produção de cerveja somente poderiam ser utilizados malte de cevada, lúpulo e água, mais tarde o fermento. Hoje não está mais vigorando na Alemanha de forma tão austera, permitindo utilizar até açúcar de cana na produção das cervejas alemãs.Como curiosidade segue a tradução da Reinheitsgebot, a mais antiga norma de proteção ao consumidor, que foi extraída do artigo "History of German Brewing" de Karl J. Eden, publicado na Revista Zymurgy, Vol. 16, nº 4 1993:
"Proclamamos com este decreto, por Autoridade de nossa Província, que no Ducado da Bavaria, bem como no país, nas cidades e nos mercados, as seguintes regras se aplicam à venda da cerveja:
De Michaelmas a Georgi, o preço para um Litro ou um Copo, não pode exceder o valor de Munich do pfennig.
De Georgi a Michaelmas, o Litro não será vendido por mais de dois pfennig do mesmo valor, e o Copo não mais de três Heller (Heller geralmente é meio pfennig).
Se isto não for cumprido, a punição indicada abaixo será administrada.
Se todo cervejeiro tiver outra cerveja, que não a cerveja do verão, não deve vendê-la por mais de um pfennig por Litro.
Além disso, nós desejamos enfatizar que no futuro em todas as cidades, nos mercados e no país, os únicos ingredientes usados para fabricação da cerveja devem ser malte de cevada, lúpulo e água.
Qualquer um que negligenciar, desrespeitar ou transgredir estas determinações, será punido pelas autoridades da corte que confiscarão tais barris de cerveja, sem falha.
Se, entretanto, um comerciante no país, na cidade ou nos mercados comprar dois ou três barris da cerveja (que contém 60 litros) para revendê-los ao vendedor comum, apenas para este será permitido acrescentar mais um Heller por Copo, do que o mencionado acima. Além disso, deverá acrecentar um imposto e aumentos subseqüentes ao preço da cevada (considerando também que os tempos da colheita diferem, devido à localização das plantações).
NÓS, o Ducado da Bavária, teremos o direito de fazer apreensões para o bem de todos os interessados."

16 de outubro de 2009

Coopers Original Pale Ale

Já faz algum tempo que não posto cervejas da australiana Coopers. Na verdade, das versões da cervejaria em questão encontradas em nosso país ainda faltava postar duas. Faltava, porque hoje trago meus sentimentos sobre Original Pale Ale que assim como suas “irmãs”, é refermentada na garrafa. Mais pra frente tratarei da Coopers Extra Strong Vintage Ale. Um pouco sobre a Coopers, em post anterior. Seguem as impressões:

Coopers Original Pale Ale
Deg. 16/10/2009
Família – Ale
Estilo – American Pale Ale (também classificada como Premium Bitter)
Teor de álcool – 4,5 %.
Temperatura de serviço – 5 a 7 graus.
Cor – amarelo alaranjado, turva.
Espuma – Boa formação e média/pouca duração.
Aroma – Fermento, frutada, maltes, cítrico, notas de condimentos.
Sabor – Médio/leve corpo, média carbonatação, refrescante, frutada e levemente cítrica, doce, leve amargor de lúpulo com final também amargo e agradável.
Veredicto – Com certeza a menos expressiva de todas as Coopers disponíveis no Brasil. Depois de degustar a Sparkling, a Stout e a Vintage (ainda não postada), esta, digamos, deixa a desejar. Porém precisamos considerar o estilo, que não tem muito a oferecer. É uma autêntica American Pale Ale com ótimo drinkability e ponto!!

12 de outubro de 2009

Meantime Union

A Meantime foi fundada na cidade de Londres, Inglaterra, no ano de 1999, pelo empresário Alastair Hook. Trata-se de uma microcervejaria que em muito se parece com as cervejarias americanas. Em mão inversa ao movimento CAMRA que busca a autêntica Ale a cervejaria Meantime também produz outros estilos, como o Coffe Porter e o Wheat, por exemplo. Hoje apresento a versão Vienna Lager da cervejaria. Estou falando da Union, uma cerveja cujo estilo foi desenvolvido em Viena/ Áustria, por volta de 1840. Seguem as impressões de mais uma boa inglesa, a primeira de várias da Meantime:

Meantime Union
Deg. 27/02/2009
Família – Lager
Estilo – Vienna lager
Teor de álcool – 4,9%
Temperatura de serviço – 6 a 8 graus.
Cor – Marrom escuro avermelhado, bonita cor.
Espuma – Boa formação e duração, dourada e cremosa.
Aroma – (Defumado?), floral de lúpulo, maltes, leve torrado, caramelo.
Sabor – Médio/leve corpo, média carbonatação, defumado, amargor do lúpulo equilibrado com o dulçor do malte, residual levemente amargo e defumado.
Veredicto – Uma surpresa!! Antes de mais nada, uma cor maravilhosa!!! Aroma e paladar equilibrados com leve e agradável defumado. Ótimo drinkability. Muito boa cerveja! Este estilo lembra o estilo Oktoberfest/ Märzen embora seja menos intenso.

9 de outubro de 2009

Hop Back Summer Lightning

A recente história da cervejaria teve início em 1986, quando John e Julie Gilbert compraram o pub The Wyndham Arms onde começaram a produzir suas cervejas para vender no referido pub. A Cervejaria Hop Back, propriamente dita, somente foi fundada em 1991, após a compra de um segundo pub chamado The Waterloo Arms. A produção de cervejas teve início em 1992. Seguem as impressões da boa cerveja inglesa:

Hop Back Summer Lightning
Deg em 27/08/2009
Família – Ale.
Estilo – English Pale Ale (também classificada como Golden Ale)
Teor de álcool – 5,0 %.
Temperatura de serviço – 6 a 8 graus.
Cor – Amarelo claro, cor de mel de laranjeira, levemente turva.
Espuma – Pouca formação e média duração.
Aroma – Doce, maltes, lúpulo floral, (frutada?)
Sabor – Médio corpo, baixa carbonatação, amargor do lúpulo equilibrado com doce do malte, final amargo intenso e seco agradáveis.
Veredicto – Boa cerveja também encontrada em barrilete com 5 litros. Como uma boa ale britânica, o que se destaca é o lúpulo, tanto no aroma como no sabor, mas tudo muito bem equilibrado com os maltes. Também é mais clara do que normalmente são as ales inglesas. Pena que a formação do creme foi muito pouca, embora comum ao estilo. É uma cerveja elegante, fina. Esta cerveja foi lançada em 1987, pouco depois da abertura da cervejaria. O nome Hop Back se refere a um instrumento que era usado para retirar os cones de lúpulo da fervura durante a produção da cerveja.

6 de outubro de 2009

Westmalle Tripel

A Abadia Trapista de Westmalle, localizada na região de Antuérpia, na Bélgica, foi fundada em 1804. Tornou-se um mosteiro trapista em abril de 1836 e em dezembro do mesmo ano produziu sua primeira cerveja. Em 1921 os monges decidiram vender seus produtos ao mercado. Dentre os produtos vendidos encontram-se leite, queijo e a cerveja. Em 1933 foi feita uma reforma nas instalações da cervejaria e hoje a Westmalle é considerada uma das mais tradicionais e modernas cervejarias do mundo. São duas as cervejas produzidas pela Westmalle, quais sejam, dubbel e tripel. Seguem as impressões da Westmalle Tripel:

Westmalle Tripel
Deg. 26/09/2009
Família – Ale
Estilo – Tripel (Authentic Trappist)
Teor de álcool – 9,5%.
Temperatura de serviço – 8 a 12 graus ( 8 a 14 graus pela cervejaria)
Cor – Alaranjada, turva, com partículas em suspensão.
Espuma – Ótima formação e boa duração. Lindo creme.
Aroma – Maçã, laranja, maltes, cítrico, leve fermento, leve álcool, especiarias, doce agradável, (frutada?).
Sabor – Encorpada, média carbonatação, quente, maçã, cítrica, fermento, leve álcool, levíssimo amargor final, retrogosto de fermento e levemente seco.
Veredicto – Excelente tripel trapista. Com excelente creme. Rica em aroma e sabor. Maravilhoso corpo. Uma das melhores, se não for a melhor, do estilo. Também não é pra menos, pois este estilo foi desenvolvido pela Westmalle em 1934 e depois largamente “copiado” por várias outras cervejarias.

2 de outubro de 2009

Marston's Pedigree

Hoje seguem as impressões de mais uma cerveja da inglesa Marston’s. Trata-se da Pedigree, que não tem boa avaliação no Ratebeer (nota 2,92 em 5 possíveis), mas que em contra partida, é considerada “ícone” inglês e consta na lista “top 10” do estudioso de cervejas, Roger Protz. É o que sempre digo, gosto é gosto. Um pouco sobre a Marston’s, em post anterior.

Marston’s Pedigree
Deg em 04/09/2009
Família – Ale.
Estilo – English Pale Ale
Teor de álcool – 4,5 %.
Temperatura de serviço – 6 a 10 graus.
Cor – Cobre.
Espuma – Média formação e média/pouca duração.
Aroma – Levemente frutado, caramelo, doce.
Sabor – Médio corpo, baixa carbonatação, frutado, maltes, doce do malte equilibrado, amargor de lúpulo, leve amargor final.
Veredicto – Cerveja dispensável que leva sacarose em sua formulação. Até porque não é um estilo que me agrada. Dentro dos padrões e sem novidade. É o que se espera de uma legítima pale ale inglesa. Estou aqui, com todo respeito, “peitando” Michael Jackson, que achava que esta cerveja era a mais complexa do estilo.