31 de agosto de 2009

Paulaner Original Münchner Hell

Sempre questionei a razão de não ganhar cervejas de presente. Sim, porque é fácil me agradar. Basta uma garrafa ou lata, e já estou feliz... Mas a história começa a mudar. Ganhei de aniversário da minha amiga Estela, a Paulaner Münchner Hell, que por coincidência não havia postado. Então, para minha alegria e de todos leitores do Santa Cerveja !! passo a expor minhas impressões de mais uma boa cerveja alemã, lembrando que um pouco sobre a Paulaner pode ser encontrado em post anterior. Obrigado Estelinha!!

Paulaner Original Münchner Hell
Deg. 29/08/2009
Família – Lager
Estilo – Munich Helles (Clara de Munique)
Teor de álcool – 4,9 %.
Temperatura de serviço – 4 a 6 graus.
Cor – Dourada, límpida.
Espuma – Boa formação e duração.
Aroma – Maltes, doce, cereais, leve floral de lúpulo.
Sabor – Médio corpo, média carbonatação, leve picante, doce, maltes, cereais, levíssimo amargor, final maltado.
Veredicto – Boa cerveja para os apreciadores do estilo. Apresenta bela coloração e dulçor não enjoativo. Este estilo de cerveja foi criado em 1895, por Gabriel Sedlmayr, na cervejaria Spaten, de Munique. O objetivo era competir com as pilsen, de Boêmia. Indico sem qualquer dúvida. Uma das melhores do estilo juntamente com a versão da HB.

28 de agosto de 2009

Original Oettinger Export

Hoje, outra da alemã Oettinger, com sua versão Dortmunder Export. Este estilo de cerveja é originário da região de Dortmund, na Alemanha. O termo Export, que não é exclusivo da Dortmunder, é utilizado na Alemanha para designar as bebidas com alto teor alcoólico. O estilo consegue reunir as características maltadas de uma Helles com as características lupuladas de uma Pilsen. Seguem as impressões de mais uma Oettinger:

Original Oettinger Export
Família – Lager
Estilo – Dortmunder Export
Teor de álcool – 5,4%.
Temperatura de serviço – 4 graus.
Cor – Dourada.
Espuma – Ótima formação e boa duração.
Aroma – Frutada, malte, cereais, doce, levíssimo lúpulo.
Sabor – Boa/média carbonatação, médio corpo, doce do malte equilibrado com amargor do lúpulo, leve amargor final. Veredicto – Boa cerveja. E como uma boa cerveja alemã, segue a lei de pureza de 1516. É muito interessante prová-la para perceber a diferença entre este estilo, o pilsen e o helles (passíveis de confusão para os desatentos). Uma das poucas “export”, na época em que degustei, disponíveis no Brasil. Hoje, o estilo pode ser mais facilmente encontrado. Pena que a foto saiu um pouco ruim...

25 de agosto de 2009

Unibroue Trois Pistoles

Pensei que havia deixado para o final minha preferida da Unibroue, mas havia esquecido que não postei a Don de Dieu, que também é muito boa. Hoje seguem as impressões da Unibroue Trois Pistoles, uma strong dark ale de tirar o fôlego!!!! É a melhor da cervejaria canadense e minha preferida do estilo:

Unibroue Trois Pistoles
Deg em 14/08/2009
Produzida desde 1997
Tempo de guarda = até 8 anos
Família – Ale
Estilo – Strong Dark Ale
Teor de álcool – 9,0%
Temperatura de serviço – 8 a 10 graus
Cor – Marrom escuro avermelhado, quase preta, turva.
Espuma – Excelente formação e ótima duração, dourada.
Aroma – Extremamente complexo. Vinho, ameixa, fermento Unibroue evidente, doce, toques de cereja, leve torrado, chocolate, toffee.
Sabor – Também muito complexo. Encorpada, média carbonatação, álcool bem inserido, frutas pretas, madeira, ameixa seca, leve café, leve chocolate, fermento, leve amargor final.
Veredicto – Excelente cerveja!!! Totalmente complexa. Pra degustar com toda calma, experimentando tudo o que ela proporciona. São muitos sabores e aromas... E, mesmo sendo uma cerveja forte, tem um final que faz querer abrir outra garrafa. Quem gosta de boa cerveja, como os Celtas, não pode deixar de experimentar esta preciosidade. Santa Cerveja !!

21 de agosto de 2009

Achel Blond e Achel Bruin

Localizada em Hamont-Achel, na Bélgica, a Abadia de Notre-Dame de Saint-Benoît Achelse Kluis, foi fundada em 1648. Por três vezes foi destruída, sendo a primeira por Napoleão, a segunda pelos alemães durante a Primeira Guerra Mundial e a última em 1985, por um incêndio. Porém, sempre se reergueu com a ajuda de monges de outras abadias, principalmente a de Westmalle. A produção das cervejas foi retomada em 1998 seguindo a tradição e qualidade de sempre.
Trapista, na verdade não é um estilo de cerveja. Mas são considerados produtos trapistas aqueles fabricados por monastérios trapistas e por monges trapistas (ou sob a supervisão destes) Tais produtos possuem o selo de autenticidade, selo este, que no caso das cervejas, também é encontrado nas Achel.
Uma cervejaria trapista portanto, produz vários estilos, como dubbels, tripels e quadrupels, pale ales, strong dark ales, todos com o “sobrenome” trapista que indica sua “origem”.
Existe uma Associação Internacional Trapista da qual a Achel também é membro.
Seguem as impressões de duas, das três versões produzidas pela excelente cervejaria belga:

Achel Blond
Deg em 10/07/2009
Família – Ale
Estilo – (Strong Golden Ale) Authentic Trappist
Teor de álcool – 8,0%.
Temperatura de serviço – 8 a 10 graus.
Cor – Alaranjada, turva com partículas em suspensão.
Espuma – Ótima formação e duração, cremosa. Lindo creme.
Aroma – Fermento, especiarias, cravo, cítrico/laranja. Aroma bastante suave no geral.
Sabor – Médio corpo, média carbonatação, fermento, doce, cítrico, laranja, maçã, leve amargor de lúpulo e leve álcool.
Veredicto – Excelente cerveja do estilo strong golden ale (também classificada como Tripel) produzida pela caçula trapista. Sabor marcante com aroma rico e suave!!! A taça é perfeita em tamanho, “pegada” e peso. Sensacional!! Santa Cerveja !!



Achel Bruin
Deg em 10/07/2009
Família – Ale
Estilo – (Dubbel) Authentic Trappist
Teor de álcool – 8,0%.
Temperatura de serviço – 10 a 12 graus.
Cor – Rubi/marrom avermelhado, leve turbidez.
Espuma – Boa formação e duração, bege clara.
Aroma – Torrado, caramelo, frutas pretas e vermelhas, álcool, levíssimo lúpulo.
Sabor – Médio corpo, média carbonatação, torrado, doce, álcool mais evidente que na Blond, fermento, chocolate meio amargo, levemente quente.
Veredicto – Mais uma excelente representante do estilo dubbel. Porém, o álcool é bastante pronunciado principalmente no sabor. De qualquer forma, recomendo sem dúvida!! Embora seja a mais “nova”cervejaria trapista, as duas versões degustadas deixaram ótimas impressões.
Não poderia me esquecer da Achel Extra Bruin, uma strong dark ale com 9,5% de álcool, que prometo ainda apresentar neste blog.

19 de agosto de 2009

A.K. Damm

Depois de contar um pouco sobre a cervejaria espanhola Damm e apresentar três de suas cervejas, trago à tela mais uma versão que desembarcou no Brasil já faz algum tempo. Trata-se da puro malte A.K. Damm. Esta cerveja foi concebida em 2001 para comemorar os 125 anos da cervejaria e para homenagear o mestre cervejeiro August Kuentzmann Damm, um dos fundadores da fábrica espanhola. Seguem as impressões:

A.K. Damm
Deg. 15/08/2009
Família – Lager
Estilo – Pale Lager
Teor de álcool – 4,8 %.
Temperatura de serviço – 4 a 6 graus.
Cor – Dourado intenso, límpida.
Espuma – Boa formação e duração, cremosa.
Aroma – Frutado, malte, doce, (canela??).
Sabor – Leve/médio corpo, média carbonatação, frutada, levíssimo amargor, final seco e doce.
Veredicto – Cerveja com bom creme, o que não é comum para o estilo. Uma das melhores pale lagers que degustei. Ela possui, digamos, mais personalidade, inclusive apresentando notas de canela. Não poderia deixar de parabenizar a bela garrafa.

15 de agosto de 2009

La Trappe Witte

A La Trappe Witte é a única cerveja de trigo trapista. O estilo witbier também é conhecido como cerveja branca. Note que o rótulo ainda é o antigo. Os novos trazem a letra “W” com fundo em azul bem claro. Desta forma padronizaram os rótulos das La Trappe. Seguem as impressões da boa holandesa, lembrando que um pouco da história da cervejaria pode ser lida em post anterior:

La Trappe Witte
Degustada em 15/08/2009
Família – Ale
Estilo – (Witbier) Authentic Trappist
Teor de álcool – 5,5%
Temperatura de serviço – 2 a 4 graus (pela cervejaria de 4 a 6)
Cor – Amarelo pouco pálido, levemente turva, apresentando maior turbidez na última taça.
Espuma – Ótima formação e ótima duração.
Aroma – Especiarias/cravo, limão, cítrico/limão, fermento.
Sabor – Médio/leve corpo, média carbonatação, refrescante, cítrico/limão, fermento, especiarias/cravo/(canela??), doce, levíssimo amargor .
Veredicto – Uma witbier de respeito. Diferentemente das outras La Trappe, nesta, há indicação para misturar à bebida, o fermento depositado no fundo da garrafa no momento de servi-la. O aroma desta versão é suave e agradável. Uma cerveja bastante equilibrada inclusive no que tange à carbonatação.

12 de agosto de 2009

Palm e Palm Royale

A Palm Breweries, fundada em 1747 por Arthur Van Roy, localizada na vila de Steenhuffel, Flandres é a maior cervejaria independente da Bélgica. Em 1980, o cavalo belga de tração Brabant puro sangue foi adotado como “mascote” da cervejaria e aparece nos rótulos das cervejas. Esses cavalos de coloração âmbar com suas crinas brancas remetem à cerveja Palm e simbolizam a pureza, tradição e qualidade do produto.
As pessoas que apreciam o “pão líquido”, sabem que as cervejas belgas são conhecidas pela tradição, liberdade de receitas e alta qualidade. A Palm é a única cervejaria do mundo que utiliza os três tipos de fermentação (baixa, alta, espontânea), além de produzir cervejas “híbridas”.
Em 1914, no início da Primeira Guerra Mundial, uma bomba acidentalmente destruiu a cervejaria. Entretanto, Van Roy conseguiu reconstruí-la e nomeou seu produto de Palm, que significa “vitória”, pela convicção de que sua cerveja âmbar tradicionalmente fabricada sobreviveria para derrotar o “modismo” da Pilsen.
Seguem impressões da Palm e Palm Royale:

Palm
Deg em 06/08/2009
Família – Ale
Estilo – Belgium Pale Ale (também classificada como “Spéciale Belge”)
Teor de álcool – 5,4%.
Temperatura de serviço – 6 a 8 graus.
Cor – Âmbar, límpida.
Espuma – Ótima formação e boa/ótima duração, cremosa, bege.
Aroma – Frutada, doce, leve especiaria.
Sabor – Médio/leve corpo, média/baixa carbonatação, frutada, doce, caramelo, maltes, leve amargor.
Veredicto – Cerveja elegante com ótimo drinkability. Michael Jackson disse uma vez: “If I could have a beer for breakfast, I would have a Palm” (Se eu pudesse beber uma cerveja no café da manhã, eu beberia uma Palm). Porém, não é rica em aroma e sabor, que venhamos e convenhamos, faz parte do estilo. O malte utilizado em sua produção é especialmente selecionado usando cevada da região de Champagne, na França. O lúpulo vem da Inglaterra e a levedura utilizada é o resultado de uma simbiose de três diferentes leveduras. A receita também leva milho e açúcar.

Palm Royale
Deg em 06/08/2009
Família – Ale
Estilo – Belgium Pale Ale
Teor de álcool – 7,5%.
Temperatura de serviço – 6 a 8 graus.
Cor – Âmbar (mais claro que a Palm), límpida.
Espuma – Ótima formação e boa duração, cremosa, bege bem claro.
Aroma – Frutada, doce, levíssimo álcool, maltes, leve lúpulo. Aroma agradável mas não rico.
Sabor – Médio corpo, média carbonatação, frutada, doce, levíssimo álcool, sensação de “quente”, maltes, leve amargor, frutada.
Veredicto – Mais gostosa que a Palm. Tem melhor corpo com aroma e sabor mais definidos. Podemos dizer que é como a “irmã”, só que mais potente.
A Palm Royale foi criada em 2004, em comemoração ao 90º aniversário do mestre-cervejeiro da Palm, Alfred Van Roy. É uma cerveja equilibrada apresentando harmonia entre o malte, a levedura e os lúpulos. Passa por processo de dupla fermentação, sendo a primeira por uma semana e a segunda por mais duas semanas. O nome “Royale” é um trocadilho (Van Roy – Ale), utilizando tanto o nome do mestre-cervejeiro quanto a indicação da família da cerveja (Ale).

9 de agosto de 2009

Schneider Weisse Weizen Hell

Já faz algum tempo que não desfruto dos sabores de uma boa Schneider alemã. Percebi que ainda não havia postado todas as versões disponíveis no Brasil. Resolvi então, apresentar mais uma cerveja da família. Seguem as impressões da Schneider Weisse Weizen Hell:

Schneider Weisse Weizen Hell
Deg em 25/04/2009
Família – Ale.
Estilo – Weizenbier (ou Hefe Weizen)
Teor de álcool – 5,2%.
Temperatura de serviço – 4 graus.
Cor – Alaranjada/ cor de mel silvestre, turva.
Espuma – Boa formação e duração.
Aroma – Banana, cravo, doce, tudo muito equilibrado, com leve destaque para o cravo.
Sabor – Médio/ leve corpo, boa carbonatação, banana, cravo, (levemente frutada?), cítrica, laranja, limão.
Veredicto – É uma cerveja clara, não tão clara. Mais leve que as outras claras de trigo. Ótima cerveja!!! Veja como são as coisas, essa cerveja ainda era uma novidade pra mim, mas depois de degustá-la tive a grata surpresa de uma nova boa cerveja para minha “lista”. Interessante como esta cerveja “remete”, veja bem, remete às witbier belgas, por conta da lembrança dos “temperos” de limão e laranja.

6 de agosto de 2009

Tripel Karmeliet

Mais uma bela cerveja da belga Bosteels (história em post anterior). A Tripel Karmeliet, é considerada uma tripel em razão da utilização de três cereais maltados e também os mesmos três não maltados, na sua fabricação. Utilizam-se a cevada, o trigo e a aveia. A receita original desta cerveja data de 1679 e foi criada pelas freiras Karmelitas de Dendermonde.
Não poderia deixar de falar da taça!! É perfeita, e recebe a cerveja de forma ideal, fazendo crescer o creme até a “boca”.
Seguem as impressões desta ótima cerveja e prometo a DeuS postada no final do ano:

Tripel Karmeliet
Deg. 11/07/2009
Família – Ale
Estilo – Tripel
Teor de álcool – 8,4 %.
Temperatura de serviço – 8 a 10 graus.
Cor – Alaranjada, levemente turva.
Espuma – Excelente formação e ótima duração, densa, cremosa.
Aroma – Fermento, maçã, cítrico, doce, especiarias, leve álcool.
Sabor – Médio corpo, média carbonatação, álcool pronunciado, quente, especiarias/cravo, cítrica/laranja, fermento, doce, (baunilha?), discreto amargor final.
Veredicto – Uma tripel pra não botar defeito!!!Não digo que é a melhor, mas com certeza, uma as melhores!!! Seu creme é fantásticamente generoso e duradouro. O aroma convida ao primeiro gole, e o sabor... Conseguiram fazer uma cerveja evidenciando o álcool sem deixá-la agressiva!!!Realmente excelente!!

3 de agosto de 2009

Primátor Exkluziv e Primátor Rytirsky

Já comentei um pouco sobre a cervejaria Primátor em posts anteriores. Hoje apresento mais duas versões que temos disponíveis no Brasil, a Primátor Exkluziv e a Primátor Rytirsky. Desta forma fica faltando apenas a versão english pale ale da cervejaria tcheca que produz boas cervejas. Seguem as impressões:

Primátor Exkluziv
Deg em 18/07/2009
Família – Lager
Estilo – Doppelbock (também classificada como strong lager ou maibock/helles bock)
Teor de álcool – 7,5 %.
Temperatura de serviço – 8 a 10 graus ( 7 a 8 pela cervejaria)
Cor – Laranja. Bela cor.
Espuma – Boa formação e boa/média duração, cremosa e bege bem clara
Aroma – Herbal de lúpulo intenso, maltes evidentes, doce, leve licor.
Sabor – Encorpada, média/baixa carbonatação, levemente cítrica remetendo a laranja, amargor de lúpulo relativamente pronunciado, doce equilibrado, levemente quente.
Veredicto – Diferente de outras claras do estilo. Primeiro por ter o doce bem equilibrado e apresentar amargor mais pronunciado e depois e principalmente, por não lembrar de forma veemente o álcool no aroma e sabor. As bocks duplas claras costumam evoluir bem com o tempo, o que significa que podem até melhorar com uma longa guarda. Conforme disse acima, alguns cervejólogos a classificam como uma maibock, estilo da escola alemã, que era produzido para comemorar as festividades da primavera. Boa cerveja!!

Primátor Rytirsky
Deg em 18/07/2009
Família – Lager
Estilo – Strong Lager (já vi como malt liquor também)
Teor de álcool – 9,0 %.
Temperatura de serviço – 5 a 7 graus.
Cor – Laranja intenso. Cor de caramelo. Levemente turva com partículas em suspensão.
Espuma – Boa formação e boa/média duração, cremosa, bege.
Aroma – Frutado, (pêssego/damasco??), doce evidente, levíssimo lúpulo, levíssimo álcool, maltes. Bastante agradável
Sabor – Encorpada, baixa carbonatação, doce mais evidente, levemente licorosa, leve álcool, frutada, leve amargor de lúpulo, quente, final doce.
Veredicto – Outra boa Primátor. Provavelmente a melhor do estilo que degustei. Também não mostra o álcool que tem. O álcool é percebido, mas nunca te faz pensar em 9,0%. Embora seja uma cerveja relativamente doce, é bastante agradável.