28 de julho de 2010

Flying Dog Tire Bite Golden Ale e Flying Dog Doggie Style Classic Pale Ale

Conforme combinado segue a continuação da história da Flying Dog. (Início, na postagem de 21/07/2010).
Como todo bom bebedor de cerveja faria ao final de uma experiência como a que haviam passado, George e seu grupo acharam um bar local no Hotel Flashman paquistanês para tomar uma bebida. Embora o álcool seja proibido na maioria dos países muçulmanos, se você assinar uma declaração dizendo que é cristão, é como uma licença para beber!! Sem pestanejar, George assinou a declaração e bebeu alegremente. Foi nesse momento que notou uma pintura na parede do hotel, de um cachorro voador, feito por um artista do local. Sabemos que cães não voam, mas ninguém disse a esse cão em particular que ele não podia voar, da mesma forma que ninguém havia dito a George e seus amigos que eles não poderiam fazer a viagem extraordinária que fizeram. O Flying Dog tornou-se então, um símbolo que George e seu grupo usaram para descrever o que lhes tinha acontecido, remetendo ao mantra: “é surpreendente o que você pode realizar com êxito quando ninguém diz que você não pode”. Se vocês acreditam ou não nessa história, são vocês que decidem, mas o importante é que em 1990, George e Richard inauguraram o “Flying Dog Brewpub”, em Aspen, Colorado/EUA. A venda das cervejas foi um sucesso imediato e as pessoas começaram a vir de todos os cantos do país para iniciarem seus contatos com a bebida e aproveitar a atmosfera boêmia do Flying Dog Brew. Iniciada a produção das cervejas em um brewpub, em Aspen/ Colorado, nos anos de 1990, a fábrica da Flying Dog foi instalada em Maryland. Seguem as impressões da Flying Dog Tire Bite Golden Ale e Flying Dog Doggie Style Classic Pale Ale:

Flying Dog Tire Bite Golden Ale
Deg. 21/04/2010
Família – Ale
Estilo – Kölsch.
IBU – 16,5
Teor de álcool – 5,0 %.
Temperatura de serviço – 5 a 7 graus.
Cor – Dourada, límpida.
Espuma – Ótima formação e boa duração.
Aroma – Malte, doce, lúpulo, (pão?).
Sabor – Leve corpo e média carbonatação, doce inicial, final amargo do lúpulo e retrogosto também amargo e agradável.
Veredicto - O famoso estilo híbrido que tem sua origem em Colônia, na Alemanha. A versão da Flying Dog é simpática, mas as Kölsch alemãs são mais interessantes. Mas não significa dizer que é ruim. Trata-se de uma cerveja bem equilibrada sendo mais doce no aroma que no sabor.
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Flying Dog Doggie Style Classic Pale Ale
Deg. 21/04/2010
Família – Ale
Estilo – American Pale Ale.
IBU - 35
Teor de álcool – 5,5 %.
Temperatura de serviço – 5 a 7 graus.
Cor – Cobre, límpida.
Espuma – Média formação e média duração, bege.
Aroma – Lúpulo, cítrico, toffee, doce, (laranja??).
Sabor – Leve corpo e baixa carbonatação, amargor do lúpulo, seca, leve doce, fácil de beber.
Veredicto – Típica pale ale americana. O conjunto desta cerveja é muito bom!! Drinkability excelente.

25 de julho de 2010

Brooklyn East India Pale Ale e Brooklyn Brown Ale

Seguindo conforme o combinado, vamos tratar um pouco de outra cervejaria norte-americana. Hoje é a vez da Brooklyn Brewery, que tem disponibilizado no mercado brasileiro seis versões, sendo duas, a Black Chocolate Stout e a Monster Ale, sazonais. Em 1987 o cervejeiro caseiro Steve Hindy e seu vizinho Tom Potter resolveram abrir uma cervejaria no Brooklyn, local onde já havia existido inúmeras empresas do ramo. Inicialmente contrataram a Matt Brewing em Utica, Nova York para produção da primeira Brooklyn Lager. Em 1996, os dois inauguraram instalações próprias em um edifício comercial cuja eletricidade é suprida 100% por energia eólica. Figura marcante da Brooklyn Brewery é o mestre cervejeiro Garrett Oliver que defende a harmonização de cervejas com a gastronomia, inclusive o livro “The Brewmaster’s Table” que é uma bíblia para os amantes da cerveja, é de sua autoria. Hoje a Brooklyn possui uma linha de ales inspiradas nas belgas refermentadas em garrafa de 750 ml, arrolhadas. Seguem as impressões da Brooklyn East India Pale Ale e da Brooklyn Brown Ale:

Brooklyn East India Pale Ale
Deg. 21/05/2010
Família – Ale
Estilo – English IPA.
Teor de álcool – 6,9 %.
Temperatura de serviço – 5 a 7 graus.
Cor – Dourada escura, levemente turva.
Espuma – Boa formação e duração, cremosa.
Aroma – Lúpulo herbal, cítrico, especiarias, (pimenta?), toque de caramelo.
Sabor – Médio corpo e média carbonatação, maltes, lúpulo intenso, final doce e amargo.
Veredicto – Boa IPA. Os lúpulos utilizados nesta versão (Amarillo, Centennial, Willamette, Northdown e East Kent Golding) deixam esta cerveja com aroma e sabor intensos do lúpulo, mas não como em uma IPA americana. É uma cerveja elegante que passa por processo de dry hopping. Sou suspeito por gostar muito deste estilo, mas é uma IPA realmente contagiante.

Brooklyn Brown Ale
Deg. 21/05/2010
Família – Ale
Estilo – American Brown Ale.
Teor de álcool – 5,6 %.
Temperatura de serviço – 5 a 7 graus.
Cor – Castanho escuro avermelhado, límpida.
Espuma – Boa formação e média duração, bege.
Aroma – Toffee, doce, torrado, caramelo, (chocolate?), leve lúpulo.
Sabor – Médio/ leve corpo e boa carbonatação, torrado, doce, caramelo, amargor final do malte torrado e do lúpulo, seca.
Veredicto – Excelente cerveja. Tudo muito bem inserido, lúpulo, malte, torrado. A melhor Browm Ale que degustei. Custo benefício 100%, já que uma garrafa em média custa R$ 9,00. Vale a pena experimentar.

21 de julho de 2010

Flying Dog Snake Dog IPA e Flying Dog Road Dog Porter

A partir de hoje, iniciarei uma aventura pelo mundo das cervejas produzidas nos Estados Unidos. Começo com as cervejas Flying Dog e, em razão de ser longa, dividirei sua história em dois posts. Os Estados Unidos são considerados como uma das escolas cervejeiras da “nova geração”. O próprio Michael Jackson, o grande e saudoso “caçador de cervejas” e o maior conhecedor do assunto, já dizia que os EUA iriam tomar conta do cenário cervejeiro considerando a qualidade e diversidade de cervejas lá produzidas. A lenda da Flying Dog começou em 1983 e, como toda boa lenda possui diferentes versões. Os “vilões da paz” nesta história são dois não conformistas fazendeiros, George e Richard. Segundo George, ele e onze amigos decidiram embarcar em uma aventura que chamaram de “expedição de montanhismo amador” para escalar o K2 nos Himalaias. Sem qualquer qualificação e preparação necessários, iniciaram a jornada com alguns animais de carga e uma mala cheia de “contrabandos”. Em meio a viagem, obviamente a mala se encontrava vazia e os animais haviam fugido. Felizmente todos conseguiram sair da montanha vivos e com nova visão da vida. (CONTINUA...) Seguem as impressões da Flying Dog Snake Dog IPA e da Flying Dog Road Dog Porter:

Flying Dog Snake Dog IPA
Deg.09/04/2010
Família – Ale
Estilo – American IPA (India Pale Ale).
IBU - 60
Teor de álcool – 7,1 %.
Temperatura de serviço – 4 a 7 graus.
Cor – Castanho clara/ alaranjada, levemente turva.
Espuma – Ótima formação e boa duração, bege, cremosa.
Aroma – Maltes, lúpulo intenso, doce, caramelo, notas cítricas.
Sabor – Médio corpo e leve/média carbonatação, maltes e lúpulos em desequilíbrio, caramelo, final amargo do lúpulo marcante.
Veredicto – Ótima IPA com final gostosamente amargo de lúpulo por conta das 60un de IBU. Michael Jackson já anunciava a capacidade das cervejas norte-americanas. Maravilhoso creme que perdura até o final, no último gole. É difícil explicar como uma cerveja bastante amarga pode ser tão agradável (para lupumaníacos, como eu). Em nenhum momento percebe-se os 7,1% de álcool. Esta versão passa pelo processo de Dry Hopping com o lúpulo Columbus e além deste, ainda utiliza-se o lúpulo Warrior na receita. Em nada o desequilíbrio citado acima prejudica o resultado final desta versão.

Flying Dog Road Dog Porter
Deg. 10/04/2010
Família – Ale
Estilo – Porter.
IBU - 31
Teor de álcool – 6,0 %.
Temperatura de serviço – 8 a 10 graus.
Cor – Âmbar escuro, marrom avermelhado, límpida.
Espuma – Ótima formação e boa duração.
Aroma – Doce, torrado, café, (madeira???), toffee.
Sabor – Médio/leve corpo e média carbonatação, chocolate, doce, médio amargor, leve torrado.
Veredicto – Boa “porter”. Embora sua cor fuja das porters que conhecemos, que geralmente são um pouco mais escuras (porém, não como as stouts), o conjunto desta versão da americana Flying Dog é interessante porque pelas características que apresenta, não indica para o estilo proposto. Esta cerveja utiliza na sua elaboração lúpulos Warrior e Cascade, maltes crystal e chocolate.

18 de julho de 2010

Blanche de Namur

Estou começando a ficar preocupado com a classificação dada por alguns grandes conhecedores de cerveja de nosso país. Agora consegui encontrar em um famoso site especializado a Blanche de Namur figurando como uma Berliner Weisse. Dentre tudo que já li, este até agora é o absurdo maior. Berliner weisse são cervejas que possuem de 2,8% a 3,8% de teor alcoólico, lembrando quase um refresco. Esse estilo da escola alemã utiliza leveduras e bactérias lácticas na fermentação. A Blanche de Namur é uma witbier, assim como a Hoegaarden, só que mais “refinada”, e nada tem de berliner weisse.
A Brasserie Du Bocq, que produz a Blanche de Namur, iniciou suas atividades numa fazenda, produzindo cervejas no inverno, devido as baixas atividades no campo. Fundada em 1858, em Purnode, na Bélgica, as produções de cerveja foram tornando-se cada vez mais importantes e em 1960 a família Benot intensificaram as operações na fábrica. Seguem as impressões da Blanche de Namur:

Blanche de Namur
Deg. 09/07/2010
Família – Ale
Estilo – Witbier.
Teor de álcool – 4,5 %.
Temperatura de serviço – 2 a 4 graus (cervejaria recomenda 5 graus).
Cor – Amarelo pálido, turva.
Espuma – Média formação e duração, branca, cremosa.
Aroma – Cítrico, limão, fermento, especiarias.
Sabor – Leve corpo e média carbonatação, cítrico, leve acidez, condimentos e especiarias, coentro, refrescante, agradável e leve amargor final.
Veredicto – Se falarmos em custo/benefício, prefira a Hoegaarden. Mas esta versão da belga Du Bocq tem mais personalidade, tanto em aroma como em sabor. Prova da afirmação é que o drinkability da Hoegaarden é melhor.

15 de julho de 2010

Delirium Nocturnum

Em 1906, Léon Huyghe comprou uma cervejaria na Bélgica que já possuía 250 anos. Depois das duas grandes guerras que destruíram a fábrica, com grandes investimentos em 1985 foi produzida a cerveja Artevelde. A Delirium Tremens surgiu em 1989 e serviu de inspiração para a criação do bar de mesmo nome, localizado em Bruxelas, Bélgica. Os rótulos das cervejas produzidas pela Brouwerij Huyghe são bastante provocativos. Tanto a cerveja Delirium Tremens quanto a Nocturnum trazem em seu rótulo um elefante cor-de-rosa. Nos últimos anos a cervejaria tem diversificado sua produção, produzindo várias cervejas por encomenda, muitas vezes com requisitos bem específicos (cervejas sem glúten) e outras com a utilização de ingredientes como coco e óleo de dendê. Embora a maioria das cervejas produzidas pela belga Huyghe possuam teor alcoólico de 7% a 10%, ela produz também uma linha de cervejas frutadas com baixo teor alcoólico. Seguem as impressões da Delirium Nocturnum, uma das três versões da Huyghe disponíveis no Brasil:

Delirium Nocturnum
Deg. 07/05/2010
Família – Ale
Estilo – Strong Dark Ale.
Teor de álcool – 8,5 %.
Temperatura de serviço – 8 a 10 graus.
Cor – Marrom, muitas partículas em suspensão.
Espuma – Excelente formação e boa duração, dourada com pontos escuros.
Aroma – Torrado, chocolate, café, licor de café, doce, caramelo, passas, álcool, (conhaque??).
Sabor – Médio corpo e média carbonatação, álcool, doce, torrado, leve acidez, caramelo, café, médio amargor, fermento, frutas pretas/ameixa, passas.
Veredicto – Excelente cerveja. muito complexa. Assusta quem não está acostumado com cervejas turvas e com partículas suspensas. Não é pra iniciantes no maravilhoso mundo cervejeiro. Porém, o valor desta strong dark ale faz qualquer pessoa arrepiar, de ódio!! Santa Cerveja !!

12 de julho de 2010

Warsteiner Premium Fresh

Mais um exemplar de cerveja sem álcool. Desta vez uma alemã. Seguem as impressões da Warsteiner Premium Fresh:

Warsteiner Premium Fresh
Deg. 18/06/2010
Família – Lager
Estilo – Sem álcool.
Teor de álcool – 0,0 %.
Temperatura de serviço – 2 a 4 graus.
Cor – Amarelo claro, límpida.
Espuma – Boa formação e boa duração, cremosa e branca.
Aroma – Maltes cozidos, doce, biscoito.
Sabor – Leve corpo e média carbonatação, doce, maltes, leve amargor de lúpulo.
Veredicto – Cerveja sem álcool como as nossas versões brasileiras para o estilo. Remete à Líber da Brahma, principalmente no que diz respeito ao malte cozido no aroma. Pra quem não quer álcool...

9 de julho de 2010

Eggenberg Samichlaus Helles

Assim como a versão mais escura desta preciosidade, a Samichlaus Helles é produzida somente uma vez por ano, sempre no dia 6 de dezembro. Também é envelhecida por dez meses para depois engarrafa-la. Um pouco sobre a Eggenberg, em post anterior. Seguem as impressões da derradeira cerveja austríaca Eggenberg Samichlaus Helles:

Eggenberg Samichlaus Helles
Deg. 18/06/2010
Família – Lager
Estilo – Malt liquor (também classificada como specialty beer)
Teor de álcool – 14,0 %.
Temperatura de serviço – 5 a 7 graus.
Cor – Cobre claro avermelhado, límpida.
Espuma – Média formação e pouca duração, bege clara.
Aroma – Nozes evidente, maltes, doce, álcool, toffee, caramelo.
Sabor – Médio corpo/encorpada e média/baixa carbonatação, doce, álcool evidente, licorosa, frutas secas, nozes, sensação quente, bastante maltada, leve amargor final que não é do lúpulo.
Veredicto – Incrível o sabor e aroma de nozes. Muito especial. Prefiro esta versão a sua irmã mais escura. O corpo desta cerveja lembra conhaque e a licorosidade pode ser vista na taça. Esta versão degustada também foi produzida em 6 de dezembro de 2006 e envasada em 2007. Boa surpresa. Cerveja pra degustar com calma, em dias frios...

6 de julho de 2010

Fuller's India Pale Ale

Por enquanto é a última versão da inglesa Fuller’s disponível no Brasil que faltava para postar. Depois dela fico devendo somente a Vintage - safra 2009. Seguem as impressões da Fuller’s India Pale Ale:

Fuller’s India Pale Ale
Deg. 22/05/2010
Família – Ale
Estilo – English IPA
Teor de álcool – 5,3 %.
Temperatura de serviço – 5 a 7 graus.
Cor – Alaranjada, levemente turva.
Espuma – Boa formação e duração, cremosa, bege clara.
Aroma – Lúpulos finos, doce, leve caramelo, maltes, aroma bem delicado.
Sabor – Médio/leve corpo, média carbonatação, amargor “ideal” muito bem equilibrado com o doce dos maltes, caramelo. Tudo muito sutil. Retrogosto levemente doce.
Veredicto – Que cerveja!!! Tudo que experimentei da Fuller’s não me decepcionou. Todas as versões tem algo de elegante. Esta IPA refermentada na garrafa apresenta uma lupulagem da melhor estirpe casando-se perfeitamente com os maltes selecionados. Ótimo drinkability. Santa Cerveja !!

3 de julho de 2010

Birra Duan Ambrata

Outra Birra Duan italiana suave e saborosa refermentada na garrafa disponível em nosso mercado. Li absurdos no que diz respeito a classificação desta cerveja. Absurdos tão grandes (de sites que se intitulam especializados) que os responsáveis acabaram por apagar a besteira e corrigir a classificação. Não sei porque tanta confusão... Essa versão foi degustada no dia dos namorados junto com minha amada esposa. Seguem as impressões da Birra Duan Ambrata:

Birra Duan Ambrata
Deg. 12/06/2010
Família – Ale
Estilo – Belgian Pale Ale
Teor de álcool – 5,5 %
Temperatura de serviço – (normalmente indicaria de 5 a 7 graus) Mas esta versão especificamente fica legal de 8 a 10 graus. (de 9 a 11 graus pela cervejaria)
Cor – Castanho, turva.
Espuma – Excelente formação e duração, bege.
Aroma – Frutada, doce, especiarias, (madeira/carvalho?), toffee, (leve defumado??).
Sabor – Médio/leve corpo e boa carbonatação, frutada, doce, seca, caramelo, maltes, agradável amargor final, (fermento??), (morango??).
Veredicto – Assim como a irmã clara de trigo (a Duan Bianca), a Ambrata também é uma cerveja que foge um pouco do seu estilo. No caso, apresenta nuances de morango no sabor. Remete, eu disse remete às fruit beer. Gostei mais desta do que a versão witbier da cervejaria italiana.