29 de novembro de 2010

Tequieros

Cervejaria familiar independente desde 1919, que foi pioneira em novos estilos de fabricação. Les Brasseurs de Gayant, situada em Douai/ França, prepara desde ales com modernas técnicas de fermentação até a Celta, considerada a primeira cerveja sem álcool. Hoje são produzidos cerca de 190 mil hectolitros por ano, posicionando-se com 27% do mercado especial de cervejas em seu país. Várias versões chegaram ao Brasil, incluindo a Bière du Demon, intitulada a mais forte cerveja francesa com 12% de álcool. Começamos então, com as impressões da curiosa Tequieros:

Tequieros
Deg. 21/08/2010
Família – Lager
Estilo – Specialty Beer.
Teor de álcool – 5,6 %.
Temperatura de serviço – 5 a 7 graus.
Cor – Dourado escuro, límpida.
Espuma – Boa formação e boa/média duração, cremosa.
Aroma – Doce, limão, refrigerante de cola.
Sabor – Médio/leve corpo e baixa carbonatação, muito doce, leve azedo de limão, remete à tequila, final de limão e doce.
Veredicto – Não agradou. Lembra suco de limão com um pouco de álcool. Foge da linha do que chamamos de cerveja, sendo considerada uma, somente por utilizar maltes, lúpulo e levedura. Também utiliza açúcar, ácido cítrico, aroma de limão, entre outros adjuntos. O preço então!!!!! Não vale nem de longe o que custa. Triste cerveja !! Pobre em aroma e sabor. Mas já esperava por isso!!!!!

25 de novembro de 2010

Pilsner Urquell

A cervejaria Mestansky Pivovar foi fundada em 1839, na cidade de Pilsen, da atual República Checa. Alguns anos depois de sua fundação fabricou uma cerveja dourada que recebeu o nome da cidade. Registrada como Pilsen Bier, em 1889 foi rebatizada de Pilsen Urquell Plzeñský Prazdroj. Depois de várias fusões com outras cervejarias é hoje a maior do país. Urquell é “fonte original” em alemão que era a língua oficial da Bohemia durante o império austríaco. Seguem as impressões da excelente Pilsner Urquell:

Pilsner Urquell
Deg. 10/07/2010
Família – Lager
Estilo – Bohemian Pilsner.
Teor de álcool – 4,4 %.
Temperatura de serviço – 2 a 4 graus.
Cor – Dourado intenso, límpida.
Espuma – Boa formação e boa duração, firme.
Aroma – Lúpulos finos florais, maltes, doce equilibrado, mel, manteiga.
Sabor – Médio corpo e média carbonatação, doce de maltes, cereais, amargor dos lúpulos, tudo muito bem equilibrado, seca, amanteigada, refrescante, final amargo do lúpulo.
Veredicto – Vale pela história desta cerveja. É de qualidade, mas é uma pilsen. Ninguém espera um aroma de chocolate ou frutas vermelhas numa pilsen, certo? Notem que o amanteigado aqui não desmerece a Urquell, mas vem como mais um toque especial e necessário deste estilo excelente de cerveja. Santa Cerveja !!

22 de novembro de 2010

Petrus Aged Pale

Como escrevi em post anterior, deixei a versão mais discutida por último. Já li sobre a Petrus Aged Pale e a vi classificada como Flanders Brown Ale/Oud Bruin. Completo engano!! Cervejas do referido estilo são mais escuras e menos amargas que as Flanders Red Ale, porém, passam pelo mesmo processo de envelhecimento, só que em tonéis de aço inoxidável e não em tonéis de carvalho como no caso das Red. As flanders brown ale tem toques de chocolate, caramelo e toffee. Assim, fica claro que a cerveja ora analisada não é do estilo que alguns acreditavam. Somente o agridoce encontrado faz lembrar o estilo marrom belga. Desta forma preferi classifica-la apenas com o gênero, ou seja, trata-se de uma Sour Ale (mais perto de uma flanders red ale, por todo exposto), cerveja que tem como características principais, o “azedume” e o baixo drinkalitity. Seguem as impressões da Petrus Aged Pale:

Petrus Aged Pale
Deg. 12/06/2010
Família – Ale
Estilo – Sour Ale.
Teor de álcool – 7,3 %.
Temperatura de serviço – 8 a 10 (de 8 a 12 pela cervejaria).
Cor – Dourado intenso, límpida.
Espuma – Ótima formação e boa duração, bege claro.
Aroma – Vinagre, maçã, doce, madeira, (vinho branco??), cobertor de cavalo.
Sabor – Leve corpo e boa carbonatação, lembra um frisante, azedo evidente, salgada no final, retrogosto azedo e levemente doce, sem amargor.
Veredicto – Cerveja que envelhece por vinte meses em barris de carvalho. Remete às lambic. Interessante e diferente de tudo que já degustei. Digamos que lembra uma lambic mais atenuada. Vale pela experiência do diferente. Não há percepção do álcool que é de 7,3 % em momento algum, seja no aroma ou sabor. Dentre as Petrus disponíveis no Brasil, a versão Gouden Tripel é a melhor e a Aged Pale, a inusitada. Em tempo não poderia deixar de esclarecer que outra errônea classificação já foi dada a esta cerveja: Wood-Aged Beer. Cervejas do referido estilo maturam em barris que contém resíduos de outras bebidas como uísque, vinho, rum, etc. Exemplos deste estilo são as escocesas Ola Dubh, cujos barris receberam e “abrigaram” antes, uísque. A Petrus Aged Pale simplesmente matura em barris de carvalho sem que este tenha sido utilizado para maturação de outras bebidas.

19 de novembro de 2010

Petrus Blond

Além da Oud Bruin da belga Bavik, outras versões ainda não desembarcaram por aqui como a Petrus Dubel Bruin a Petrus Speciale. Então seguimos com o que já temos em mãos, não é. Seguem as impressões da Petrus Blond:

Petrus Blond
Deg. 28/05/2010
Família – Ale
Estilo – Belgian Blond Ale.
Teor de álcool – 6,6 %.
Temperatura de serviço – 5 a 7 graus.
Cor – Dourada, límpida.
Espuma – Boa formação e boa/média duração, bege clara.
Aroma – Cítrico leve, doce, (maçã?), mel.
Sabor – Médio corpo e média/boa carbonatação, cítrico, doce, leve amargor, (levemente seca?), final também doce.
Veredicto – Boa blond ale, mas dispensável. Por hora a versão tripel da Petrus é a escolhida. Porém, tem uma certa “presença” no copo. Cerveja sem muito aroma e sabor, deixando uma lembrança doce! Mas gravem, deixei a versão "polêmica" para a próxima postagem.

16 de novembro de 2010

Petrus Gouden Tripel

Administrada pela quarta geração da família De Brabandere, a Cervejaria belga Bavik, que possui um grande número de tavernas, foi fundada em 1894, próxima a Kortrijk. Porém, a marca Petrus começou a ser utilizada em 1982, com o relançamento de uma brown ale flamenga maturada em carvalho, que recebeu o nome de Petrus Oud Bruin. Esta versão não está disponível no Brasil, mas temos outras deliciosas e interessantes cervejas da “família Petrus”. Seguem as impressões da Petrus Gouden Tripel:

Petrus Gouden Tripel
Deg. 19/05/2010
Família – Ale
Estilo – Tripel.
Teor de álcool – 7,5 %.
Temperatura de serviço – 5 a 7 graus (cervejaria indica de 8 a 12 graus)
Cor – Cor de mel, turva.
Espuma – Excelente formação e duração, firme, muito cremosa.
Aroma – Maçã, cítrico, frutado, doce, fermento.
Sabor – Médio/leve corpo e boa carbonatação, maçã, doce, cítrico, leve fermento, agradavelmente seca, discreto amargor final, (remete ao vinho branco?).
Veredicto – Excelente Tripel com ótimo creme. Quando acredito que não terei mais surpresas, me aparece a Petrus Tripel. Sabor e aroma de maçã com álcool não aparente, embora possua 7,5 %. Uma cerveja de personalidade mas com ótimo drinkability. Estranho e até contraditório, não é? Mas é isso mesmo!!! Visitará meu copo mais vezes. Santa Cerveja !!

13 de novembro de 2010

Weltenburger Kloster Barock Dunkel

Já tratei em post anterior sobre a cervejaria alemã Weltenburger Kloster, quando também disse que quatro versões da cervejaria estavam sendo produzidas no Brasil pela Petrópolis. Resta agora a tarefa de apresentar mais uma das referidas versões. Seguem as impressões da Weltenburger Kloster Barock Dunkel, onde Barock vem de “barroco”:

Weltenburger Kloster Barock Dunkel
Deg. 23/09/2010
Família – Lager
Estilo – Munich Dunkel
Teor de álcool – 4,7 %.
Temperatura de serviço – 5 a 7 graus.
Cor – Castanho, límpida.
Espuma – Boa formação e média duração, cremosa, bege.
Aroma – Torrado, levíssimo lúpulo, doce, caramelo, notas de chocolate.
Sabor – Médio corpo, média carbonatação, torrado, doce de malte, amargor de lúpulo e malte torrado, leve (chocolate?)
Veredicto – Uma boa versão para o estilo produzida pela Cervejaria Petrópolis com a concessão da alemã Weltenburger. Segue a lei de pureza de 1516 como todas as cervejas da marca. Aqui não há espaço para caramelo, conservantes ou qualquer adjunto cervejeiro. Vale a experiência.

9 de novembro de 2010

Malheur 12

Depois da maravilhosa Malheur 10, apresento a versão dark da cervejaria belga da família De Landtsheer. Note que diferentemente da 10, servi a Malheur 12 na taça conhecida como Bolleke (famosa por "receber" as cervejas De Koninck). Tanto a tulipa, em que servi a 10 como esta Bolleke, em que servi a 12, são ideais para abrigar os dois estilos. A cervejaria tem como "taça padrão" a Bolleke. Seguem as impressões da Malheur 12:

Malheur 12
Deg. 11/10/2010
Família – Ale
Estilo – Strong Dark Ale.
Teor de álcool – 12 %.
Temperatura de serviço – 8 a 12 graus.
Cor – Marrom escuro com reflexos avermelhados.
Espuma – Boa formação e boa/média duração, bege, aerada.
Aroma – Torrado, chocolate, álcool, frutas vermelhas/morango e pretas, fermento.
Sabor – Médio corpo e média e fina carbonatação, doce, torrado, chocolate, álcool (menos que na 10), fermento, pouco licorosa, amargor final de lúpulo e torrado.
Veredicto – Cerveja base da Malheur Dark Brut. Embora seja uma cerveja com 12% de álcool, complexa em aroma e principalmente em sabor, não deixa de ter bom drinkability. Acreditem se quiser!!! Outra vez o que atrapalha é o preço. Excelente cerveja. Permita-se degusta-la pelo menos uma vez!! Santa Cerveja !!

6 de novembro de 2010

Malheur 10

A cervejaria situada no centro de Flandres, em Buggenhout, na Bélgica, que tem o nome de família De Landtsheer desde 1839, é mais conhecida como Malheur, que significa algo como “acidente, caso fortuito”. Todas as Malheur são cervejas de alta fermentação refermentadas na garrafa, o que faz com que os sabores evoluam com o tempo. Outro diferencial é a utilização de flores de lúpulo in natura. Dos sete rótulos produzidos, incluindo dois que passam pelo processo champenoise (assim como a DeuS e a brasileira Lust, ambas já postadas no Santa Cerveja !!), degustei outros dois, a versão strong golden ale e a strong dark ale, onde os números após o nome, neste caso, indicam a porcentagem de álcool. Seguem as impressões da Malheur 10 :

Malheur 10
Deg. 11/10/2010
Família – Ale
Estilo – Strong Golden Ale.
Teor de álcool – 10 %.
Temperatura de serviço – 5 a 7 graus (cervejaria sugere de 8 a 12 graus).
Cor – Alaranjada, turva.
Espuma – Excelente formação e duração, firme, densa, bege bem clarinha.
Aroma – Especiarias/coentro, doce, cítrico, pêssego, laranja, álcool.
Sabor – Médio corpo e média carbonatação, doce pronunciado, cítrico, maçã, álcool evidente, fermento, laranja, amargor de lúpulo leve com final amargo e doce equilibrados.
Veredicto – Cerveja que serve de base para a Malheur Brut. Realmente a Malheur 10 é nota 10. Excelente versão para o estilo que tem o melhor creme depois da Duvel. O sabor do fermento dá um toque diferenciado no conjunto. Mesmo com álcool e dulçor evidentes tudo se equilibra no final. E veja que estou falando de 10% de álcool. O ruim, claro, é o preço, que não ajuda!! R$ 25,00 em média! Santa Cerveja !! por ela e pelo preço!

3 de novembro de 2010

Birra Moretti

Para finalizar com as cervejas da Heineken trazidas pela FENSA, uma versão italianinha de pale lager. Seguem as impressões da Birra Moretti:

Birra Moretti
Deg. 16/05/2010
Família – Lager
Estilo – Pale Lager (também classificada como premium american lager).
Teor de álcool – 4,6 %.
Temperatura de serviço – 2 a 4 graus.
Cor – Dourada, límpida.
Espuma – Boa formação e média duração, branca.
Aroma – Lúpulo herbal pronunciado, cereais.
Sabor – Leve corpo e média carbonatação, malte, seca, amargor final de lúpulo.
Veredicto – Cerveja sem novidades que tem mais de 150 anos de produção. O estilo pede para ser o que esta versão apresenta. Não podemos inventar.