30 de junho de 2010

Chimay Cinq Cents

O mundo nos reserva surpresas, e quando o assunto é cerveja, essas surpresas podem ser maravilhosas. Leiam o post da Chimay White e vocês entenderão porque estou dizendo isso. Seguem as impressões da Chimay Cinq Cents:

Chimay Cinq Cents
Deg. 05/06/2010
Família – Ale
Estilo – Tripel (Authentic Trappist).
Teor de álcool – 8,0 %.
Temperatura de serviço – 5 a 7 graus (6º C a 8º C pela cervejaria).
Cor – Alaranjada, turva.
Espuma – Boa formação e boa/ótima duração, bege clara, cremosa.
Aroma – Pimenta, canela, cítrico, maçã, pêssego, doce, fermento.
Sabor – Médio corpo e boa carbonatação, picante, álcool, maçã, doce, cítrico, fermento, amargor final agradabilíssimo.
Veredicto – O que é isso??? Minhas impressões a respeito da Chimay começaram a mudar. Se vocês compararem minha análise da Chimay White com esta Cinq Cents, que é a mesma cerveja... Ocorre que a segunda é arrolhada e isso pode ter feito a diferença. Precisarei tomar outra com tampa. De qualquer forma, esta Cinq Cents é muito boa. Aromática e saborosa, belo corpo, requintada com toques de pimenta e pêssego, que reinam no conjunto. Santa Cerveja !!

26 de junho de 2010

8.6 Special Beer

As cervejas holandesas 8.6 são fortes e alcoólicas, mas a procura por elas parece aumentar no Brasil. Há algum tempo recebi um e.mail de um seguidor do Santa Cerveja !! que estava desesperado para encontrar as Amsterdam, que também produz cervejas do estilo malt liquor. Vejam como o paladar nacional está mudando. Seguem as impressões da 8.6 Special Beer, lembrando que um pouco sobre a cervejaria pode ser conhecido no post da 8.6 Red:

8.6 Special Beer
Deg. 16/05/2010
Família – Lager
Estilo – Malt Liquor.
Teor de álcool – 7,9 %.
Temperatura de serviço – 5 a 7 graus.
Cor – Dourado intenso, límpida.
Espuma – Boa formação e boa/média duração, bege clara.
Aroma – Doce, álcool, cítrico e frutado, maltes.
Sabor – Médio corpo e média/baixa carbonatação, doce, cítrica/laranja, leve e discreto amargor final que aumenta quando temperatura aumenta, bem como o dulçor.
Veredicto – è um estilo que não me agrada, mas esta versão até “inova” com notas cítricas. Interessante que os 7,9 % de álcool, embora percebidos no sabor e aroma, são agradáveis. Também não é tão doce como normalmente são as do estilo. Porém, é o doce que prevalece com final discreto de amargo. Sua irmã avermelhada, a 8.6 Red (já postada pelo Santa Cerveja !!), é mais interessante.

21 de junho de 2010

Steenbrugge Dubbel

Na Idade Média, em Flandres, Bélgica, Arnold de Tiegem fundou a Abadia de St. Peter e, em 1084, passou a produzir cerveja, com a qual “curava” operários doentes. A verdade é que, como na época a água era imprópria para se beber, Arnold estimulava o consumo de cervejas, livrando assim várias pessoas dos grandes surtos de doença e pragas. O “santo remédio” tornou-se tão procurado que ele foi declarado o santo patrono dos produtores belgas. É a Steenbrugge, a cerveja que homenageia este santo.
Steenbrugge Blond (já postada pelo Santa Cerveja !!) e Steenbrugge Dubbel são cervejas de abadia refermentadas na garrafa. Além da benção do santo patrono, têm um importante direfencial que tempera ainda mais as cervejas, o Gruut. Trata-se de uma mistura herbal. Há séculos atrás, cada cidade costumava ter sua própria cerveja, com personalidade própria. Em Bruges, cidade de Flandres próxima ao pequeno vilarejo de Steenbrugge, onde se encontra a abadia se St. Peter, a personalidade foi determinada por essa mistura de ervas que os fabricantes adquiriam da casa de ervas da cidade, conhecida como Gruuthuse. Para a fabricação das Steenbrugge, esta tradição medieval continuou e os padres da Abadia de St. Peter também enriqueceram sua cerveja com esta mistura. Seguem as impressões da Steenbrugge Dubbel Bruin:

Steenbrugge Dubbel
Deg. 20/04/2010
Família – Ale
Estilo – Dubbel (Abadia).
Teor de álcool – 6,5 %.
Temperatura de serviço – 8 a 10 graus (rótulo indica de 8 a 12 graus)
Cor – Marrom avermelhado, turva.
Espuma – Ótima formação e boa duração, cremosa, bege mais escuro que a Blond.
Aroma – Toffee, torrado, chocolate, (madeira?).
Sabor – Médio corpo (menos que a Blond) e média carbonatação, amargor do malte torrado, chocolate, baunilha, doce. Bom drinkability, embora seja uma Dubbel.
Veredicto – Bela cerveja com bela cor. Adoro o estilo dubbel. É um dos meus preferidos e a versão da Steenbrugge é muito bem produzida. Tanto a dubbel como a blond, por serem extremamente equilibradas, são cervejas de fácil harmonização e com bom drinkability.

18 de junho de 2010

Justus Weizen Hefe Dunkel

Mais uma alemã da Hildebrand. Esta é a versão escura de trigo que chegou há pouco no Brasil. Seguem as impressões da Justus Weizen Hefe Dunkel:

Justus Weizen Hefe Dunkel
Deg. 02/06/2010
Família – Ale
Estilo – Weizenbier Dunkel.
Teor de álcool – 4,9 %.
Temperatura de serviço – 2 a 4 graus.
Cor – Marrom, turva.
Espuma – Ótima formação e ótima duração, bege.
Aroma – Lúpulo, leve torrado, banana, cravo muito leve, fermento.
Sabor – Médio corpo e boa carbonatação, doce, torrado, leve amargor, banana, (leve lúpulo?).
Veredicto – Primeira cerveja de trigo que me remete ao lúpulo (mais no aroma que no sabor). Boa cerveja como todas as Hildebrand porém, não é a melhor da família, nem a melhor trigo escura que degustei. Mas é interessante considerando , como já disse, o lúpulo floral que apresenta (lembra o aroma da nossa Bohemia Pilsen, acredita??), o que é incomum no estilo. Por fim, é justo o preço da Justus! R$ 13,00, na média.

16 de junho de 2010

Tilburg’s Dutch Brown Ale

A cervejaria Koningshoeven foi fundada em 1881 no sul da Holanda, situada na tranqüila vila de Tilburg, que faz parte do monastério onde também são produzidas as cervejas Trapistas La Trappe. Tanto o monastério quanto a cervejaria foram fundados na fazenda que anteriormente pertencia ao Rei Willem II, da Holanda. Reinou durante o século XIX e foi conhecido pela construção de indústrias e do complicado sistema de canais, utilizado até hoje na Holanda. A tradição de produzir cervejas se iniciou no final do século XIX. A Tilburg's, que não é trapista, é uma tradicional cerveja de alta fermentação elaborada apenas com malte tostado de cevada, lúpulo fino e fermento, de acordo com a antiga receita.
Interessante é o rótulo da Tilburg's que homenageia O famoso pintor Jeroen Bosch, que viveu sua vida inteira próximo à cervejaria de Koningshoeven. O tem como base um detalhe de sua principal obra: "The Garden of Earthly Delights" (O Jardim dos Prazeres da Terra), atualmente exposta no Museu do Prado, em Madri. Seguem as impressões da Tilburg’s Dutch Brown Ale:

Tilburg’s Dutch Brown Ale
Deg. 10/04/2010
Família – Ale
Estilo – Brown Ale.
Teor de álcool – 5,0 %.
Temperatura de serviço – 5 a 7 graus.
Cor – Castanho escuro/ marrom avermelhada.
Espuma – Boa formação e boa/média duração, cremosa, bege.
Aroma – Chocolate, maltes, toffee, doce, leve torrado, frutada.
Sabor – Médio/leve corpo e média carbonatação, maltes, chocolate, torrado, doce, caramelo, frutas pretas, (ameixa?), leve amargor final de malte torrado.
Veredicto – Boa cerveja. Doce, mas não desagradável. Exemplar legal de uma brown ale. Nada de especial, mas bem feita.

14 de junho de 2010

Kaiser Bock 2010

Todo ano, no início dos meses mais frios, a kaiser lança em edição limitada, sua versão bock. Normalmente é uma cerveja encorpada, maltada e mais forte, como pede o estilo. Quase todas as edições anteriores foram muito bem produzidas mas nunca superaram a primeira leva disponível lá para o início dos anos 90. A edição 2009 chegou perto, inclusive com o defumado presente entre as notas oferecidas pela kaiser Bock. Seguem as impressões da Kaiser Bock 2010:

Kaiser Bock 2010
Deg. 12/06/2010
Família – Lager
Estilo – Bock.
Teor de álcool – 6,2 %.
Temperatura de serviço – 5 a 7 graus.
Cor – Avermelhada, límpida.
Espuma – Boa formação e média duração, bege.
Aroma – Doce, caramelo, defumado (menos que na versão 2009), maltes, leve torrado, levíssimo lúpulo.
Sabor – Médio corpo e baixa carbonatação, doce dos maltes, toffee, levemente licorosa (menos que a 2009), leve torrado, leve amargor final de lúpulo.
Veredicto – Mais leve que a versão 2009, apresentou-se menos interessante. O charme do defumado era bem mais evidente na edição do ano passado. As mudanças no rótulo também não foram felizes. Mesmo assim, ainda continua sendo uma boa cerveja do estilo bock.

12 de junho de 2010

Margriet

A cerveja belga da Het Anker apresentada hoje foi elaborada para o público feminino. Em sua formulação são utilizados quatro diferentes tipos de grãos e também rosas novas, sim, eu disse rosas!! Antigamente esta cerveja era conhecida como Anker Blond. Magriet, como hoje é conhecida, foi o nome dado quando das festividades “Mechelen, city in woman hands”. Na verdade trata-se de uma homenagem a Margaret (Margaretha), princesa de Habsburgo, Áustria, que foi guardiã de Charles V (Carolus, lembram??). Seguem as impressões da feminina Margriet:

Margriet
Deg. 23/04/2010
Família – Ale
Estilo – Belgian Pale Ale
Teor de álcool – 6,5 %.
Temperatura de serviço – 5 a 7 graus (rótulo indica de 6 a 9 graus)
Cor – Laranja pálido, levemente turva.
Espuma – Excelente formação e boa duração, cremosa, branca e firme.
Aroma – Rosas, doce, cítrico, (fermento?).
Sabor – Leve corpo, média e fina carbonatação, levíssimo álcool, doce, cítrica, especiarias, final levemente amargo.
Veredicto – Boa cerveja com corpo leve, delicado e feminino. Interessante que o álcool se faz presente no sabor e levemente no aroma também. Vale o preço praticado!! A diferença desta versão é a utilização de rosas na receita, do mais uma boa pale ale belga como outras...

9 de junho de 2010

Colorado Vintage Black Rapadura

Estava curioso para experimentar a imperial stout da Colorado. Assim como todas as versões da cervejaria de Ribeirão Preto/SP, esta também utiliza ingrediente regional em sua composição, no caso, a rapadura queimada (daí o nome Black Rapadura). Segundo a cervejaria, a Black Rapadura é uma vintage, ou seja, uma cerveja para guarda que deve evoluir com o tempo. Infelizmente consegui uma única garrafa por um preço exagerado demais. Mesmo sabendo que estava pagando um valor bem acima do real, não haveria possibilidade de viagem para Ribeirão tão já, e a curiosidade falou mais alto. Alguns problemas referentes a licença do Ministério competente impedem sua comercialização, mas este é outro assunto. Seguem as impressões da Colorado Vintage Black Rapadura:

Colorado Vintage Black Rapadura
Deg. 04/06/2010
Família – Ale
Estilo – Imperial Stout.
Teor de álcool – 10,5 %.
Temperatura de serviço – 10 a 15 graus.
Cor – Preta.
Espuma – Excelente formação e ótima duração, dourada.
Aroma – Toffee, chocolate, licor de café, torrado, álcool evidente que deve diminuir com o tempo, (lúpulo leve??).
Sabor – Encorpada, baixa carbonatação, café, torrado, amargor de malte torrado e lúpulo, álcool, doce da rapadura (talvez sugestionado??), chocolate, licorosa, sensação quente.
Veredicto – Boa versão nacional de imperial stout ou russian imperial stout. Este estilo tipicamente inglês, era produzido para ser exportado para os países colonizados pelo Império Britânico. O czar russo Alexander, também apreciava muito o estilo. Daí o nome russian imperial stout. São cervejas complexas, encorpadas, com muito torrado, álcool e lúpulo. Assim é a Black Rapadura, inclusive com 60 IBU (20 IBU a mais que na Indica que também utiliza outro tipo de rapadura). Boa cerveja para ser degustada com calma e na temperatura recomendada, nunca abaixo de 10 graus. Porém, criou-se muita expectativa sendo que já há no mercado outra boa imperial stout (não com proposta vintage), produzida pela Schornstein, agora com fábrica também em Holambra/SP.

5 de junho de 2010

Birra Duan Bianca

Há pouco tempo começaram a chegar cervejas italianas, que embora também seja um país com pouca tradição cervejeira, possui várias marcas e entre elas a Birra Moretti, que a exemplo da AB Inbev (que importa Leffe, Franziskaner, dentre outras) é trazida pela Fensa. Também temos duas versões da cerveja Birra Duan desembarcadas aqui, a Bianca e a Ambrata. A Birra Duan é uma nova cervejaria artesanal, localizada em Puglia, no sul da Itália, e que produz cervejas em garrafas de 750ml, mas não arrolhadas. Na produção das Duan, são utilizadas matérias-primas importadas da Bélgica e da França. Seguem as impressões, para debutar as italianas, da Birra Duan Bianca:

Birra Duan Bianca
Deg.15/05/2010
Família – Ale
Estilo – Witbier.
Teor de álcool – 5,0 %
Temperatura de serviço – 4 a 6 graus. ( de 7 a 8 graus pela cervejaria)
Cor – “Mel pálido”, turva.
Espuma – Boa formação e média duração.
Aroma – Cítrico, frutado, maçã, fermento, (mel?), (lúpulo).
Sabor – Médio/leve corpo e boa carbonatação, cítrico, seca, frutada, maçã, refrescante, leve doce, leve fermento, (avinagrado?), amargor final de lúpulo leve e agradável.
Veredicto – A mais diferente witbier que degustei. Lembra demais um espumante. Nada de cravo e temperos como se esperava, mas sim a maçã em evidência. Esta Duan é refermentada na garrafa e é até interessante porém, não justifica seu preço: em média R$ 65,00. Também indiquei temperatura de serviço mais elevada do que recomendo normalmente para as witbiers (de 2 a 4 graus), pois no caso, realça sabor e aroma desta cerveja italiana. Destaque para garrafa e rótulos que mais uma vez prova o bom gosto do povo italiano.
Qualquer pessoa que já esta acostumado com cervejas diferenciadas e estilos especiais, indicaria um copo do tipo “tumbler” (copo da Hooegarden) para degustar esta cerveja em questão, por se tratar de uma witbier. Porém, em nada é comprometida se bebe-la na taça, como fiz. Explico: tanto nesta versão da Duan como na Estrella Damm Inedit e mesmo na La Trappe Witte e Unibroue Blanche de Chambly, todas witbier, a própria apresentação da garrafa pede algo mais sofisticado para degusta-la. Inclusive a versão citada da La Trappe indica no rótulo o uso de taça, bem como a Duan Bianca.

2 de junho de 2010

Gouden Carolus Cuvée Van de Keizer Blauw

Inicio as postagens de junho, mês da copa do mundo, em grande estilo. Segundo as histórias da cidade de Mechelen, a Gouden Carolus Classic era considerada a cerveja do Imperador. A cerveja foi batizada com o referido nome em referência as moedas douradas do Imperador Charles V. “Gouden Carolus” de “Golden Charles” é uma mistura de flamengo e latim. A Cuvée Van de Keiser Blauw é uma edição especial de Classic, fabricada apenas no dia 24 de fevereiro de cada ano, data de aniversário do Imperador Charles V. Embora a “base” desta preciosidade seja a versão Classic, trata-se de uma cerveja totalmente diferente a começar pelo tempo de guarda que pode chegar a dez anos. As impressões da fantástica Cuvée Van de Keiser Blauw, safra 2008:

Gouden Carolus Cuvée Van de Keizer Blauw
Safra 2008
Deg. 29/05/2010
Família – Ale
Estilo – Strong Dark Ale
Teor de álcool – 11,0 %.
Temperatura de serviço – 8 a 12 graus.
Cor – Marrom com reflexos avermelhados, límpida.
Espuma – Média formação e média duração, dourada.
Aroma – Doce, chocolate, torrado, frutas vermelhas e pretas, cereja, leve álcool, vinho.
Sabor – Encorpada, média carbonatação, doce evidente, torrado, chocolate, frutas pretas, ameixa, frutas vermelhas, cereja, licorosa, leve álcool, vinho do porto.
Veredicto – Cerveja dos deuses!!! Complexa ao extremo!!! Provavelmente a melhor cerveja que já degustei. Intensa e saborosa. Não era de se esperar diferente, pois utiliza como cerveja base a Carolus Classic que é excelente. O álcool é muito bem inserido no todo. Além de uma cor maravilhosa, apresenta dulçor bastante evidente, mas incrivelmente não enjoativo. Santa Cerveja !!