18 de abril de 2013

Kriek Boon

A cerveja que apresento hoje e a que virá na sequência, são realmente diferenciadas, a começar pelos “prazos de validade” que são bastante longos e por serem safradas. Um pouco da história da Boon é contada no texto abaixo extraído do site da “Bier & Wein” com alguns “pitacos” meus:
 
O mais antigo registro do que hoje é a cervejaria Boon data do início de 1600. Algum tempo depois, em 1860, Louis Paul adquire a cervejaria e a chama de “Brasserie de Saint Roch” e fabrica exclusivamente cervejas Lambic e Faro, outro estilo de fermentação espontânea. Por volta de 1875, as primeiras tentativas de engarrafar Geuze-Lambic são registradas. A recessão econômica de 1927 leva a operação à bancarrota e apenas uma pequena parte da cervejaria é comprada e mantida em operação pelo renomado produtor e proprietário de hospedaria De Vits. Frank Boon, que já tinha modestamente iniciado a produção de Lambic em Halle em 1975, adquire a cervejaria de De Vits em 1978. Ao crescer rapidamente, a cervejaria Boon muda para uma melhor e mais espaçosa locação no centro de Lembeek. A partir de 1989, torna-se operacional. A Boon é hoje a quarta maior fabricante de Lambics na Bélgica e pertence à Palm, maior cervejaria independente desse país.  As cervejas da Boon são produzidas em Lembeek, no vale de Zenne, região rica em leveduras selvagens da espécie Brettanomyces, necessidade absoluta para a produção de Lambic. Inclusive, Lambic é também uma denominação de origem controlada (D.O.C.), sendo considerada autêntica somente as produzidas em Lembeek. A técnica de produção de Lambics é bastante rudimentar e as cervejas da Boon até hoje são maturadas em tonéis de carvalho, sendo que o tonel mais antigo da cervejaria é de 1883.  A Kriek Boon, importada desde 2009, é uma cerveja de fermentação espontânea que leva cerejas (Krieken) em sua formulação.  Utilizando somente frutas inteiras e puras, a Kriek Boon é obtida via maceração de cerejas. Este método é conhecido da cultura do vinho e exige que a fruta seja adicionada inteira, no momento da fermentação da cerveja (fase fria). Originalmente, apenas cerejas da variedade Schaarbeekse eram usadas, mas já que se tornaram raras demais, Boon agora utiliza outras variedades, todas Griottes. Curiosidade: são utilizadas ao menos 250 gramas de cereja para cada litro de cerveja Kriek Boon produzida.Como todos os rótulos da cervejaria, a Kriek Boon, uma lambic fruit, utiliza cervejas 100% Lambics como base para sua produção. É uma receita feita com o blend de Lambics jovens e envelhecidas, sendo ainda maturada em tonéis de carvalho. Este rótulo foi vencedor da medalha de ouro do concurso Monde Selection da Bélgica. Seguem as impressões da Kriek Boon:
 
Kriek Boon
Safra 2008
Deg. 18/04/2013
Família – Lambic
Estilo – Fruit Lambic
Teor de álcool – 4,0 %.
Temperatura de serviço – 5 a 7 graus.
Cor – Vermelho escuro acobreado, levíssima turbidez.
Espuma – Boa formação e boa duração, rosada e cremosa.
Aroma – Cereja delicada mas evidente, “celeiro”, acético moderado (vinagre).
Sabor – Leve corpo e boa carbonatação, cereja moderada, leve salgado, acidez média, levíssimo adocicado, final seco com leve salgado.
Veredicto – Boa cerveja lambic da safra de 2008. Difícil saber qual lambic me agrada mais. Sempre que degusto uma Boon, prefiro algumas safras a outras, mas toda vez saio satisfeito com a experiência. E experiência é experiência, né!!!!!