O bom texto sobre a Boon (desculpe o trocadilho) que segue,
também foi extraído do site da Bier & Wein e, da mesma forma meus” pitacos”
apareceram:
Durante o século 12, em meio às
contínuas guerras pela Europa, muitas “cidades livres” se originaram. Lembeek,
sudoeste de Bruxelas, se tornou uma cidade desse tipo e concedeu aos seus
habitantes a abolição de impostos. Isto também significou que produtores
poderiam fabricar cerveja sem o peso das taxas e, como resultado, numerosas
cervejarias surgiram na área. A fabricação de cerveja floresceu. A maior parte
da produção ocorria em períodos mais frescos como outono e inverno, otimizando
a atividade da levedura selvagem (10-20°C ) e melhorando a refrigeração da cerveja.
Ainda hoje, a Boon apenas produz de Outubro a Abril. Pelo fato de as cervejas
de Lembeek começarem a fermentar espontaneamente depois de alguns dias em um
tonel de madeira, os produtores de Lembeek nunca desenvolveram uma cultura de
levedura para suas cervejas. Isto é único e ainda acontece hoje. Lambic é a
culminação de toda a história da fabricação da cerveja ainda produzida hoje e
aperfeiçoada pela tradição belga de fabricação. Além das lambic fruit, a Boon
produz cervejas geuze, outro estilo de fermentação espontânea. Geuze Mariage Parfait, também importada
desde 2009, é o “casamento perfeito” entre cervejas Lambic envelhecidas, selecionadas
pelo próprio mestre-cervejeiro. É uma mistura de 100% de cervejas deste estilo,
maturadas em tonéis de carvalho, passando ainda por uma segunda fermentação na
garrafa, uma tradição mantida desde 1835. Esta cerveja tem pelo menos três anos
de idade quando engarrafada. É uma cerveja seca, bastante atenuada (baixa
doçura), com baixa carbonatação e caracterizada por intensos ésteres frutados e
sabor especialmente ácido. Aromas "animais", como couro e cavalo, são
tipicamente encontrados neste estilo, resultado da fermentação por leveduras
selvagens. Seguem as impressões da Geuze
Mariage Parfait:
Geuze Mariage Parfait
Safra 2004
Deg. 28/04/2013
Família – Lambic
Estilo – Gueuze
Teor de álcool – 8,0 %.
Temperatura de serviço – 5 a 7 graus.
Cor – Dourado intenso/âmbar, límpida.
Espuma – Boa formação e média/pouca duração, bege.
Aroma – “Celeiro” evidente, terroso, leve cítrico, (azeitonas em conserva??).
Sabor – Leve corpo e média carbonatação, salgado, boa acidez, vinagre, cítrica e terrosa, amargor moderado, final seco, salgado e amargo.
Veredicto – Como já devem ter lido, esta geuze é da safra de 2004, ou seja, faz nove anos que está descansando na minha adega! E poderia ficar lá quietinha até 2028, segundo os produtores! Os 8% de álcool são totalmente despercebidos. Uma delícia. Exemplar de cerveja com informação sensorial rica, mas ao mesmo tempo, até “neutra”. É realmente interessante este rótulo! Quando se fala em aroma de “celeiro”, alguns podem torcer o nariz, mas o que parece uma crítica, na verdade é um elogio para este estilo, e esse “aroma de celeiro, cobertor de cavalo”, define as cervejas de fermentação espontânea. Essa tem que estar na mesa do cervejeiro! Santa Cerveja !!