A cerveja que apresento hoje e a
que virá na sequência, são realmente diferenciadas, a começar pelos “prazos de
validade” que são bastante longos e por serem safradas. Um pouco da história da
Boon é contada no texto abaixo extraído do site da “Bier & Wein” com alguns
“pitacos” meus:
O mais antigo registro do que
hoje é a cervejaria Boon data do início de 1600. Algum tempo depois, em 1860,
Louis Paul adquire a cervejaria e a chama de “Brasserie de Saint Roch” e
fabrica exclusivamente cervejas Lambic e Faro, outro estilo de fermentação
espontânea. Por volta de 1875, as primeiras tentativas de engarrafar
Geuze-Lambic são registradas. A recessão econômica de 1927 leva a operação à
bancarrota e apenas uma pequena parte da cervejaria é comprada e mantida em operação
pelo renomado produtor e proprietário de hospedaria De Vits. Frank Boon, que já
tinha modestamente iniciado a produção de Lambic em Halle em 1975, adquire a
cervejaria de De Vits em 1978. Ao crescer rapidamente, a cervejaria Boon muda
para uma melhor e mais espaçosa locação no centro de Lembeek. A partir de 1989,
torna-se operacional. A Boon é hoje a quarta maior fabricante de Lambics na
Bélgica e pertence à Palm, maior cervejaria independente desse país. As cervejas da Boon são produzidas em
Lembeek, no vale de Zenne, região rica em leveduras selvagens da espécie
Brettanomyces, necessidade absoluta para a produção de Lambic. Inclusive,
Lambic é também uma denominação de origem controlada (D.O.C.), sendo
considerada autêntica somente as produzidas em Lembeek. A técnica de
produção de Lambics é bastante rudimentar e as cervejas da Boon até hoje são
maturadas em tonéis de carvalho, sendo que o tonel mais antigo da cervejaria é
de 1883. A Kriek Boon, importada desde
2009, é uma cerveja de fermentação espontânea que leva cerejas (Krieken) em sua
formulação. Utilizando somente frutas
inteiras e puras, a Kriek Boon é obtida via maceração de cerejas. Este método é
conhecido da cultura do vinho e exige que a fruta seja adicionada inteira, no
momento da fermentação da cerveja (fase fria). Originalmente, apenas cerejas da
variedade Schaarbeekse eram usadas, mas já que se tornaram raras demais, Boon
agora utiliza outras variedades, todas Griottes. Curiosidade: são utilizadas ao
menos 250 gramas
de cereja para cada litro de cerveja Kriek Boon produzida.Como todos os rótulos
da cervejaria, a Kriek Boon, uma lambic fruit, utiliza cervejas 100% Lambics
como base para sua produção. É uma receita feita com o blend de Lambics jovens
e envelhecidas, sendo ainda maturada em tonéis de carvalho. Este rótulo foi
vencedor da medalha de ouro do concurso Monde Selection da Bélgica. Seguem as
impressões da Kriek Boon:
Kriek Boon
Safra 2008
Deg. 18/04/2013
Família – Lambic
Estilo – Fruit Lambic
Teor de álcool – 4,0 %.
Temperatura de serviço – 5 a 7
graus.
Cor – Vermelho escuro acobreado,
levíssima turbidez.
Espuma – Boa formação e boa duração,
rosada e cremosa.
Aroma – Cereja delicada mas
evidente, “celeiro”, acético moderado (vinagre).
Sabor – Leve corpo e boa
carbonatação, cereja moderada, leve salgado, acidez média, levíssimo adocicado,
final seco com leve salgado.
Veredicto – Boa cerveja lambic da
safra de 2008. Difícil saber qual lambic me agrada mais. Sempre que degusto uma
Boon, prefiro algumas safras a outras, mas toda vez saio satisfeito com a
experiência. E experiência é experiência, né!!!!!