No ano de 1898, o abade Amandus Mertens decidiu honrar a amada Abadia de St. Peter com sua própria cerveja, em memória de seu fundador, St. Arnold, o santo patrono dos fabricantes belgas de cerveja. Um grande relicário do santo permanece até hoje conservado na Abadia, localizada na província de Steenbrugge, em Flandres, Bélgica. Após um recesso durante a Primeira Guerra Mundial, as pessoas que moravam próximas à abadia pediram aos padres para que continuassem produzindo a Steenbrugge, de acordo com a receita herdada. O segredo de seu sabor encorpado foi guardado e tem sido desde então passado por gerações de mestres-cervejeiros. Primeiro, pelo irmão Gamaliël, então por seu sucessor, padre Victor. Posteriormente, aos produtores leigos, que criaram a cerveja de abadia Steenbrugge como ordenado pelos padres, foram ensinados os truques do ofício. Em 2003, o superior da Abadia de St. Peter autorizou a cervejaria Palm a produzir as Steenbrugge. Na próxima postagem, que será sobre a versão Dubbel, falarei um pouco sobre St. Arnold e também sobre um ingrediente que diferencia as cervejas Steenbrugge de outras de abadia, o Gruut. Seguem as impressões da Steenbrugge Blond:
Steenbrugge Blond
Deg. 20/04/2010
Família – Ale
Estilo – Blond Ale (Abadia).
Teor de álcool – 6,5 %.
Temperatura de serviço – 5 a 7 graus (rótulo indica de 8 a 12 graus)
Cor – Dourada, levemente turva.
Espuma – Ótima formação e boa duração, cremosa, bege clara.
Aroma – Especiarias, cravo, maltes, doce, caramelo, pêssego, herbal (mas não de lúpulo).
Sabor – Médio corpo e média carbonatação, doce e amargo em equilíbrio, maçã, certa adstringência, seca, estrutura aveludada.
Veredicto – Muito boa cerveja. Abadia com excelente drinkability. Porém, é mais aromática que saborosa. Apresenta uma estrutura fina e elegante, além de um belgian lace nota dez e assim como a versão dubbel, é refermentada na garrafa.