29 de junho de 2009

Cervejaria Colorado muda sistema de fechamento de garrafas.

Faz algum tempo que já venho pensando em falar do sistema de fechamento de garrafas utilizado pela Cervejaria Colorado, que todos podem observar nos post das cervejas da marca. Tratava-se de um sistema finlandês do estilo ring crown. Sim, tratava-se!!! Porque agora, a cervejaria nacional que prima por adicionar ingredientes regionais brasileiros em suas cervejas, passará a adotar o estilo pry off, também brasileiro. As cervejas Ápia (Weiss com Mel), Cauim (Pilsen com Mandioca), Indica (IPA com Rapadura) e Demoiselle (Porter com Café), já podem ser encontradas com a nova tampa, que traz a imagem do “Urso Colorado”, ícone da marca. Segundo Marcelo Carneiro, presidente da cervejaria, além dos fatores econômicos, um estudo sobre a preferência de fechamento das garrafas foi determinante para a mudança que em nada afetará a qualidade das cervejas.

27 de junho de 2009

Original Oettinger Hefeweiβbier lata X Hefe Weissbier garrafa

Mais duas Oettinger. Hoje comparando as versões de trigo em lata e garrafa da cervejaria. Vocês verão a diferença abaixo nas impressões. A breve história da cervejaria pode ser lida em post anterior.

Oettinger Hefeweiβbier - lata
Família – Ale
Estilo – Weizenbier.
Teor de álcool – 4,9%.
Temperatura de serviço – 2 a 4 graus.
Cor – Alaranjada/mel.
Espuma – Média formação e boa/média duração, cremosa.
Aroma – Leve banana +, leve cravo -, doce, fermento.
Sabor – Mesmas impressões do aroma, com doce bastante presente, médio corpo e boa carbonatação.
Veredicto – Cervejas de trigo em lata
definitivamente não são boas idéias!! Tanto esta como a Weizenland ficam devendo em aroma e sabor quando comparadas a outras de trigo engarrafadas.Um dos problemas é misturar a levedura depositada no fundo da lata com a cerveja antes de completar o copo (depois de formado o creme na lata, ele não passa facilmente pela sua abertura). É impossível fazer um creme legal!! Percebam pela foto que o copo não foi preenchido totalmente pela cerveja!! Experimentem para tirar suas próprias conclusões.

Oettinger Hefe Weissbier – garrafa 500ml
Deg em 04/06/2009
Família – Ale
Estilo – Weizenbier.
Teor de álcool – 4,9%.
Temperatura de serviço - 2 a 4 graus
Cor – Laranja escuro/mel.
Espuma – Ótima formação e boa duração, cremosa, bege clara.
Aroma – Banana +, cravo -, doce, fermento.
Sabor – Médio corpo, boa carbonatação, cravo destacado, banana, refrescante, levíssimo amargor final, com final do fermento.
Veredicto – Todos os sabores e aromas são bastante leves, mas entre esta e a versão em lata, 10 a 0 para a garrafa. Glórias para o copo!!!! Um dos mais bonitos de trigo!!!

24 de junho de 2009

Primátor Premium Dark e Primátor Weizenbier

Os moradores da cidade de Nachód possuíam uma cervejaria municipal. As cervejas eram produzidas nas casas dos cidadãos, mas em 1871, um conselho determinou que fosse encontrado um local para a fundação de uma cervejaria. A pedra fundamental foi lançada em 08 de abril de 1872. A construção foi um sucesso. A nova cervejaria iniciou sua produção em 03/10/1873 com o mestre cervejeiro Antonin Lutz, mas sua popularização somente ocorreu entre 1925 e 1930, quando sua produção aumentou e foi construída a nova sala de brassagem (cozimento) Em 1935 a marca patenteada Náchodský Primátor começou a ser utilizada em lugar de Cervejaria Municipal (Municipal brewery). Inicialmente as cervejas eram engarrafadas através de máquinas manuais. Depois da Segunda Guerra Mundial, em 1948, a cervejaria investiu em tecnologia adquirindo máquinas de engarrafamento, além de expandir a casa de malte e implementar tubos de vapor para produção da cerveja e secagem do malte. Em 2006 iniciaram um processo de reestruturação da fábrica. Investiram em novas tecnologias como tinas de fermentação, tanques de maturação e aumentaram a capacidade de produção.
Como prometi, hoje contei um pouco da história da Primátor. Seguem as impressões de mais duas da cervejaria tcheca:

Primátor Premium Dark
Deg em 13/06/2009
Família – Lager
Estilo – Munich Dunkel
Teor de álcool – 4,8 %.
Temperatura de serviço – 4 a 6 graus.
Cor – Marrom avermelhado.
Espuma – Boa formação e duração, cor de “capuccino”, bonito creme, aveludada.
Aroma – Leve torrado, (caramelo?), leve lúpulo, (chocolate?).
Sabor – Médio/leve corpo, média carbonatação, doce, leve amargor do lúpulo, torrado, café, final equilibrado de doce de malte, caramelo com amargor do lúpulo, bom drinkability.
Veredicto – É uma Dunkel. Por hora, a melhor das três Primator degustadas. Um pouco mais doce do que normalmente são as escuras de Munique. Não bate minha preferida que não será mais importada, a Weihenstephaner Tradition. É fácil de beber. A Dark foi a primeira a receber o nome Primátor e é a mais antiga Pivovar.

Primátor Weizenbier
Deg em 14/06/2009
Família – Ale
Estilo – Weizenbier
Teor de álcool – 5,0 %.
Temperatura de serviço – 4 graus (fabricante sugere de 6 a 8 graus)
Cor – Cor de mel/ alaranjada.
Espuma – Boa formação e boa/média duração.
Aroma – Banana, fermento, leve cravo, cítrico/limão.
Sabor – Médio/leve corpo, boa carbonatação, cravo, banana, cítrico, limão, refrescante, leve amargor de lúpulo final.
Veredicto – Boa parte do fermento desta cerveja fica depositado no fundo do copo. Ótimo exemplar de cervejas de trigo. Bastante aromática e saborosa com nuances cítricas, principalmente de limão, além de terminar com um leve e agradável amargor. Foge da mesmice “das trigo”. Remete até, vejam bem, eu disse remete, às witbier belgas principalmente pela lembrança do limão. Provavelmente uma das melhores, se não for a melhor da tcheca, Primátor.

22 de junho de 2009

Unibroue Blanche de Chambly

Já faz algum tempo que postei a primeira cerveja da Unibroue, nova cervejaria com qualidade de antigas. Pois hoje apresento a Blanche de Chambly, uma witbier muito bem produzida, refermentada na garrafa com rótulo muito bonito e com um aroma... Seguem as impressões de mais uma opção da cervejaria canadense lembrando que a história da cervejaria pode ser lida no post da Chambly Noire:

Unibroue Blanche de Chambly
Deg em 22/06/2009
Produzida desde 1992
Tempo de guarda = até 2 anos
Família – Ale
Estilo – Witbier
Teor de álcool – 5,0%
Temperatura de serviço – 4 a 6 graus
Cor – Laranja pálido, levemente turva.
Espuma – Boa formação e pouca duração.
Aroma – Fermento maravilhoso evidente, cítrico/laranja, especiarias.
Sabor – Médio corpo, ótima carbonatação, cítrico/limão, remete ao mel, doce, especiarias/cravo, fermento.
Veredicto – Boa witbier, mas por incrível que pareça, a melhor do estilo que já degustei foi a espanhola Inedit. Nota 7,0!!! O que realmente chama atenção é o maravilhoso aroma do fermento Unibroue!! Na última taça misturei o fermento depositado no fundo da garrafa. Ficou menos doce e mais equilibrada. Vale dizer que das outras vezes que degustei esta cerveja, ela estava mais saborosa e o creme formado foi infinitamente melhor. Preciso de outra para a prova final...

19 de junho de 2009

Piraat e Gulden Draak

Poucas são as cervejarias que conto a história tão detalhadamente. Mas esta realmente merece, considerando as ótimas cervejas e rótulos que acho de ótimo bom gosto.
Por volta de 1900, a província de East Flanders tinha 664 cervejarias. Em 1932, restavam 306, sendo que 21 estavam em Meetjesland. Em Meetjesland, apenas uma cervejaria continua produzindo ainda hoje: a Cervejaria Bios – Van Steenberge, que está localizada em Lindenlann, no centro de Ertvelde. Seu diretor é Paul Van Steenberge.
Em 1874, Jean-Baptist De Bruin casado com Angelina, abriu uma cervejaria perto de sua fazenda, sob o nome de De Peer. O casal não teve filhos. Felizmente, o sobrinho de Angelina, Jozef Schelfaut tinha aprendido a arte de fabricar cervejas. Então, quando Angelina morreu aos 92 anos, ela deixou Jozef Schelfaut como encarregado da cervejaria De Peer. Schelfaut não era somente um bom cervejeiro, mas também era um ótimo homem de negócios. Ele teve sucesso ao levar sua cerveja Drydraad para Ghent, onde ele vendeu ao d´Helle (Do Inferno), que era na época, o café mais popular da cidade. Jozef Shelfaut teve uma filha chamada Margriet. Ela casou-se com Paul Van Steenberge, um engenheiro químico que era professor de microbiologia na escola de cervejaria Sint-Lievens em Ghent. Em 2 de agosto de 1914 ele foi convocado a servir seu país na primeira Guera Mundial. No final de agosto, junto com outros soldados, cruzou a fronteira alemã. Devido a sua formação, passou os anos de guerra no laboratório de microbiologia do colégio técnico de Delft, onde trabalhou com o professor Beyerinck, antigo aluno de Louis Pasteur. Quando seu sogro morreu, em 1992, Paul assumiu os negócios. Na cervejaria artesanal, ele aplicou as técnicas mais modernas. Porém, Paul Van Steenberge trilhou os caminhos da política, e foi graças a sua esposa que a cervejaria sobreviveu. Ainda assim, sua rara presença na cervejaria era perceptível. Ele mudou o nome da cervejaria para Bios (vida) e com a ajuda da fermentação láctea, ele conseguiu produzir uma cerveja do gênero Rodenbach e deu a ela o mesmo nome da cervejaria: Bios. Ao final dos anos 1920, devido a mudança no paladar e a propaganda por cervejas menos fermentadas fabricou-se a Leute Bock, nome alterado para Sparta Pils, de baixa fermentação. A cervejaria foi expandida para comportar uma nova casa de fermentação e adegas de envelhecimento.
O filho de Paul Van Steenberge, Jozef, estudou direito, mas, como não poderia deixar de ser, terminou tomando conta dos negócios após a morte de seu pai em 1962. Sob sua liderança, a cerveja de alta fermentação voltou a ser fabricada juntamente com a de baixa fermentação, tirando vantagens das tendências da época. Desde 1980, Van Steenberge fabrica as duas cervejas Bornem (que eram produzidas pela cervejaria) com número crescente de vendas. E isso não foi tudo, os padres Agostinianos também vieram para Ertvelde. Em 1982 nasceu a Augustijn, com 8% de álcool e fermentação secundária na garrafa. Dizem que o segredo desta fermentação está na levedura utilizada. E é verdade! Devido ao sucesso crescente das cervejas, a capacidade da fabricação teve que ser expandida de forma significante. Desde 1978 Paul Van Steenberge II, administra a cervejaria. E desde então, comandou inúmeras inovações tecnológicas, porém sempre preservando o espírito artesanal, inclusive em seus rótulos. Entre as cervejas produzidas pela cervejaria, hoje fazem parte de seu portfolio, as excelentes Piraat e Gulden Draak. Seguem as impressões destas fantásticas cervejas refermentadas na garrafa:
 
Piraat
Deg em 28/11/2008
Família – Ale
Estilo – Strong Golden Ale.
Teor de álcool – 10,5%.
Temperatura de serviço – 6 a 8 graus.
Cor – Laranja, com alta turbidez.
Espuma – Excelente formação e duração, firme com coloração bege clara.
Aroma – Especiarias, frutado, laranja, doce, leve álcool, (fermento?).
Sabor – Médio corpo/encorpada, média carbonatação, laranja, álcool pronunciado, frutado, doce, (especiarias?), final seco.
Veredicto – Muito boa cerveja belga representante do estilo. O problema é que depois que se experimenta uma Duvel, qualquer outra fica atrás. Forte, com seus 10,5% de álcool, é gostosa de beber e bastante “quente”. Mas esta Piraat tem um grande diferencial a seu favor: me parece mais artesanal do que a “mãe” das Strong Golden Ale. É mais “rústica”, e por isso tem todo um charme. Vale experimentar!! Esta maravilha também é encontrada com 9% de teor alcoólico.

Gulden Draak
Deg em 18/12/2008
Família – Ale
Estilo – Strong Dark Ale (Também classificada como Barley Wine – David Kenning)
Teor de álcool – 10,5%.
Temperatura de serviço – 8 a 10 graus.
Cor – Marrom avermelhada, turva.
Espuma – Excelente formação e duração, densa com coloração dourada.
Aroma – Ameixa, frutas pretas, malte torrado, levíssimo álcool, doce, fermento, caramelo, chocolate, bastante complexo. Excelente!
Sabor – Médio corpo/encorpada, média carbonatação, ameixa, malte torrado, início bastante doce, café, chocolate, leve amargor do malte torrado, discreto álcool final, complexo como o aroma. Veredicto – Excelente cerveja. Doce, porém não enjoativa. Com 10,5% de álcool consegue ser agradável e “ardilosa” (é fácil passar da conta sem peceber...). Aroma e sabor muito complexos com um creme generoso e persistente. Esta e sua irmã Piraat são bebidas com características bastante artesanais. Só quem não entende de cerveja deixa de degustar esta preciosidade!!!!! Gulden Draak é o nome da estátua dourada que se encontra no topo da torre do relógio de Ghent. A estátua, um navio Viking em forma de dragão, pertencia originalmente à cidade de Constantinopla (hoje Istambul, na Turquia). Durante as cruzadas, o Conde de Flandres, Boudewijn IX, em uma de suas incursões, simplesmente “pegou” a estátua e levou-a consigo para sua terra. Passado alguns anos, Bruges e Ghent brigaram pela posse da estátua. Não preciso falar quem saiu ganhando, né?

17 de junho de 2009

Original Oettinger Pils e Super Forte

O Grupo alemão Oettinger, com tradição cervejeira desde 1731, é composto por cinco cervejarias. Localizada estrategicamente por toda a Alemanha, a Oettinger utiliza sua própria rede de distribuição para entregar suas cervejas aos consumidores. A tecnologia de ponta e os melhores ingredientes, além rigorosos controles de qualidade e vasta tradição cervejeira, resultou em continua produção de cerveja em cada uma das cervejarias. Todo o Grupo Oettinger produz cervejas seguindo a Lei de Pureza de 1516, que é uma das legislações que trata de alimentos e bebidas mais antigas ainda em vigor.
Cada cervejaria do grupo produz suas cervejas (marcas) regionais e especiais e também a “Original Oettinger”. O grupo produz quatorze tipos de cerveja, inclusive as sem álcool. As versões disponíveis no Brasil são a Export, Raddler, Hefeweizen, Super Forte e Pils.
É através da Oettinger Internacional que o Grupo Oettinger coordena a marca fora da das fronteiras alemãs. Seguem as impressões da Super Forte e da Pils:

Original Oettinger Pils
Deg em 01/01/2009
Família – Lager
Estilo – Pilsen.
Teor de álcool – 4,7%.
Temperatura de serviço – 2 a 4 graus.
Cor – Dourado claro, límpida.
Espuma – Boa formação e duração, cremosa.
Aroma – Frutado, floral de lúpulo, malte, doce, pão.
Sabor – Média carbonatação, leve/médio corpo, doce, suave, adstringente, amargor pronunciado final.
Veredicto – Boa pilsen. O amargor evidenciado no final me agrada. Na minha opinião é a melhor cerveja das Oettinger. Ainda em tempo, me perdoem se já falei, pils, pilsen, pilsner, são sinônimos de um mesmo estilo de cerveja.




Original Oettinger Super Forte
Deg. em 07/05/2009
Família – Lager
Estilo – Malt Liquor.
Teor de álcool – 8,9%.
Temperatura de serviço – 2 a 4 graus.
Cor – Dourado intenso, límpida.
Espuma – Boa formação e boa/média duração.
Aroma – Doce, leve malte, caramelo, (frutada/laranja??), .
Sabor – Médio corpo, boa carbonatação, álcool, doce pronunciado, quente, levíssimo amargor.
Veredicto – Provavelmente a melhor malt liquor que degustei, considerando tratar-se de um estilo que não aprecio. Consegui encontrar os aromas que narrei com muita boa vontade, ou seja, é pouco aromática. Também é pouco saborosa com o comando do álcool e doce, mas não é enjoativa como outras do estilo. Se for pra beber uma malt liquor que seja esta ou a Navigator da Amsterdam.

15 de junho de 2009

Primátor Svetlý e Primátor Double 24%

As cervejas Primátor são fabricadas pela famosa cervejaria de Náchod, localizada em uma pequena cidade à noroeste da República Tcheca. A Pivovar Náchod ganhou o prêmio de melhor cervejaria de seu país no ano de 2007. Hoje são produzidas 12 cervejas Primátor, sendo que somente oito chegam ao Brasil através da Importbeer, ficando de fora as versões Stout (uma dry stout), English Pale Ale, Diamant (pilsen "indicada pela cervejaria para diabéticos"??, com menos proteína e açúcar) e Nealko (sem álcool). As demais já foram ou serão degustadas pelo Santa Cerveja!! Inicio a viagem cervejeira pela República Tcheca com a Primátor Svetlý e a Primátor Double 24%. As impressões:

Primátor Svetlý
Deg em 13/12/2008
Família – Lager
Estilo – Pilsen
Teor de álcool – 4,0%.
Temperatura de serviço – 2 a 4 graus.
Cor – Dourada.
Espuma – Boa formação e duração, bege sutil.
Aroma – Malte, leve lúpulo floral, doce razoavelmente presente, frutada, (cereais?).
Sabor – Corpo leve, bastante carbonatada, início doce do malte com final amargo agradável de lúpulo (pra quem gosta de lúpulo), frutada, adstringente.
Veredicto – Aproxima-se de uma “Bohemian Pilsen”, mas não é!!!! Até porque falta cor, álcool e amargor para tanto. Trata-se de uma boa pilsen, com teor alcoólico médio e ótimo drinkability. Recomendo!!!


Primátor Double 24%
Deg em 11/06/2009
Família – Ale
Estilo – Porter
Teor de álcool – 10,5 % (os 24% indicado no rótulo diz respeito ao extrato primitivo).
Temperatura de serviço – 6 a 8 graus.
Cor – Marrom escuro, quase preto.
Espuma – Boa formação e duração, cremosa, dourada.
Aroma – Chocolate, torrado, doce, (frutas vermelhas?), uvas, madeira, “licor de cacau”.
Sabor – Médio corpo, média carbonatação, álcool, licorosa, quente, chocolate, “bala de café”, torrado, leve amargor final. Veredicto – Rica em aroma e paladar, sendo de certa forma complexa. São utilizados cinco maltes diferentes e tem corpo e creme excelentes, mas infelizmente peca por ser muito doce. Degustei esta cerveja em um dia frio, o que colaborou para as impressões. Ao contrário de outras pessoas, sou convicto em dizer que existem sim, cervejas para o inverno, verão, almoço, café da manhã, pra um jantar romântico etc... E esta, no frio e em pequenas doses é ótima, assim como para iniciar ou encerrar uma refeição.

13 de junho de 2009

Cerveja Beck's

A cervejaria que produz a Beck’s é a Kaiserbauerei Beck & May, fundada em 1873, na cidade de Bremen, na Alemanha, pelo mestre cervejeiro, Heinrich Beck, o engenheiro Lüder Rutenberg e Thomas May. A primeira cerveja, uma Pilsner Premium, foi produzida de acordo com a lei alemã de pureza de 1516. A cerveja era vendida para as tavernas e pequenos estabelecimentos da cidade de Bremen. No ano de 1875, depois da saída de Thomas, a cervejaria adotou o nome Beck & Co. A chave que aparece no rótulo da cerveja representa a “Key of Bremen” (chave da cidade de Bremen). O rótulo oval e a tradicional garrafa verde surgiram no ano de 1876, no mesmo ano que a Beck’s foi eleita a melhor cerveja do mundo em uma feira realizada na cidade da Philadelphia/EUA.
Hoje a Beck’s é exportada para mais de 120 países. Para o Brasil vem através das “mãos” da Ambev, que ultimamente tem se interessado pelo mercado premium de cervejas, basta citarmos a Leffe, Franziskaner, Spaten, entre outras. O que para nós, apreciadores de cervejas especiais, é muito bom, pois encontramos facilmente em supermercados boas cervejas por bom preço. Seguem as impressões a Beck’s:

Beck’s
Deg. 19/05/2009
Família – Lager
Estilo – Pale Lager.
Teor de álcool – 5,0 %.
Temperatura de serviço – 2 a 4 graus.
Cor – Dourada clara.
Espuma – Boa formação e média duração, cremosa.
Aroma – Lúpulo herbal intenso, (cereais?), levíssimo malte, frutado. Bom aroma.
Sabor – Leve corpo, boa carbonatação, amargor do lúpulo pronunciado, refrescante, levemente seca, final e residual também de lúpulo.
Veredicto – Boa pale lager com presença do lúpulo bastante evidente, mas agradável no sabor e aroma. Nada de especial. É puro malte e com ótimo drinkablility.

9 de junho de 2009

Greene King Ruddles County

A Ruddles County é a cerveja da Greene King bastante popular na Inglaterra, que costuma ser apreciada após as partidas de Rugby. Interessantemente, esta cerveja tem como foco, agradar o paladar dos consumidores com mais de 30 anos, que segundo a cervejaria, apreciam qualidade e sabor. Seguem as impressões da Ruddles inglesa, sem deixar de chamar a atenção para a "nova" lata (prometo foto da antiga na próxima postagem da cervejaria):

Greene King Ruddles County
Deg. em 02/06/2009
Família – Ale
Estilo – Bitter Ale (para alguns, Premium Bitter)
Teor de álcool – 4,7%.
Temperatura de serviço – 6 a 8 graus.
Cor – Cobre/castanho.
Espuma – Média formação e boa duração, cremosa, bege clara.
Aroma – Lúpulo, maltes, caramelo bastante presente, doce.
Sabor – Médio corpo, baixa carbonatação, amargor do lúpulo intenso, caramelo, toffee, doce, sabor floral do lúpulo, seca, final e retrogosto também agradavelmente amargos .
Veredicto – Havia algum tempo que não tomava esta cerveja. Bobeira minha!! É uma boa cerveja da Greene King/Moorland. Trata-se de uma Bitter Ale bem fiel ao estilo. O amargor do lúpulo é lembrado por longo tempo após o último gole. Aliás, a rara variedade do lúpulo utilizado é a Bramling Cross. Bem gostosa... Agora tenho três cervejas da cervejaria inglesa em questão como preferidas: esta, a Abbot Ale e a Strong Suffolk Ale. Aliás, para completarmos as postagens da Greene King, faltam apenas a Strong e a Wexford. Prometo não demorar para postá-las.

7 de junho de 2009

Cerveja Xingu

Após muita pesquisa, Alan Eames, historiador e especialista em cervejas, descobriu registros de um misterioso líquido que era utilizado por tribos indígenas da Amazônia, em cerimônias religiosas e eventos sociais. A preciosidade era feita tendo como base, a água, cereais torrados e era fermentada por leveduras silvestres. Empolgado com a descoberta, mas sem acesso à bebida, Alan apresenta todos os conceitos de seu estudo para o grupo que o havia contratado para realizar a pesquisa. O grupo juntamente com uma microcervejaria brasileira tentaram, então, desenvolver uma cerveja que tivesse em sua essência, os mistérios e a autenticidade da Amazônia. Nascia a brasileiríssima Xingu.
Em 1988, a primeira remessa contou com 1.700 caixas, passando a ser distribuída para São Paulo, em 1993. A Xingu foi adquirida pela Kaiser, que hoje pertence à Femsa Cerveja Brasil.
Vários prêmios foram conquistados pela Xingu, sendo reconhecida pelo mercado internacional em 2006. Hoje é exportada também para os Estados Unidos.
Fiz questão de contar um pouco sobre esta cerveja brasileira, que não é artesanal, muito pelo contrário, é uma cerveja de “linha”, produzida em larga escala, mas que prova que mesmo assim pode ter uma boa qualidade. Seguem as impressões da “amazônica cerveja”:

Xingu
Família – Lager
Estilo – Sweet Stout (também classificada como Tropical Stout)
Teor de álcool – 4,6%.
Temperatura de serviço – 4 a 6 graus.
Cor – Preta.
Espuma – Ótima formação e duração, “cor de capuccino”.
Aroma – Doce, malte torrado, caramelo.
Sabor – Médio corpo, média carbonatação, doce equilibrado, malte torrado com residual também doce, levíssimo amargor do malte torrado.
Veredicto – Surpreendente. Boa cerveja, mas lembrem-se, é produzida em escala! É uma sweet stout que não enjoa. Antes, note que não indico a data da degustação. Esqueci?? Não!! Na época que degustei a Xingu, ainda não anotava as datas da “experiência”. Isso ainda vai acontecer com outras cervejas que postarei. Porém, devemos ser verdadeiros e avisar que a cor preta desta cerveja é conseguida também pela adição de corante caramelo e como em quase todas as cervejas de “linha”, na sua formulação são utilizados cereais não maltados, estabilizantes, antioxidantes e adjuntos. A Xingu pode ser encontrada em latas, garrafas de 330ml e 600ml, além do chope, que particularmente prefiro às versões pasteurizadas por ser mais equilibrado no seu dulçor. Outra questão importante refere-se ao estilo desta cerveja que é uma stout, mas de baixa fermentação. Sim!!! Stout da família lager!!! A receita base desta sweet stout é uma pilsen!!! Comungo deste entendimento com Conrad Seidl, o "Papa da Cerveja". Assim como existem também, bocks de alta fermentação.

3 de junho de 2009

Kunstmann Torobayo Ale e Bock

A Cervejaria Anwandter foi criada em 1851, pelo colono alemão Karl Anwandter, que era farmacêutico, em Valdivia.
Em meados de 1870, a produção da cervejaria alcançou 1.440.000 litros anuais e sua fama foi crescendo, sendo um orgulho para a cidade chilena.
A fábrica funcionou até 1960, quando um grande terremoto destruiu boa parte da cidade de Valdívia a das instalações da cervejaria.
Após a destruição da cervejaria, Armin Kunstmann, também descendente de alemães, objetivando retomar a cultura cervejeira valdiviana, e já produzindo cerveja na garagem de sua casa, decidiu criar a Sociedad Cervecera Valdivia Ltda, incentivado por amigos e familiares que apreciavam suas cervejas.
Foi quando encontrou um lugar estratégico para erguer a empresa, onde havia as melhores águas das montanhas valdivianas, uma das mais puras do mundo, permitindo elaborar cervejas de boa qualidade. Se tornando o principal ingrediente das cervejas Kunstmann. A empresa tem o cuidado especial de reproduzir a receita original para elaborar suas cervejas que seguem a lei da pureza de 1516, a “Reinheitsgebot".
Com investimento em tecnologia, a Cervejeria Kunstmann, que fica a cinco minutos do centro de Valdivia, vem conquistando o mercado chileno, e exportando para a Alemanha, Estados Unidos, Japão e outros países como o Brasil.
Desde maio de 2002, a Cervecera Valdivia S.A se associou com a CCU, mas as cervejas Kunstmann continuam sendo fabricadas em Valdivia, com as mesmas exigências e cuidados que fazem dela uma cerveja premium artesanal e 100% natural.
Sete cervejas diferentes são produzidas pela Cerveja Kunstmann: Trobayo Ale (garrafa de 330ml, lata e barril de 5L); Gran Torobayo (garrafa com tampa flip top); Lager (garrafa de 330ml e lata); Bock (garrafa de 330ml); Honig Ale (garrafa de 330ml); Alkohoufrei (garrafa de 330ml); e a mais nova da família, a Unfiltriert, uma lager não filtrada, também encontrada em garrafas de 330ml.Por hora degustei duas versões da fábrica chilena. Seguem as impressões:

Kunstmann Torobayo Ale
Deg. 11/03/2009
Família – Ale
Estilo – Pale Ale
Teor de álcool – 5,0%.
Temperatura de serviço – 5 a 7 graus.
Cor – Cobre.
Espuma – Boa formação e média duração.
Aroma – Frutado, doce do malte, leve floral de lúpulo.
Sabor – Médio corpo, média carbonatação, caramelo, maltes, leve amargor final.
Veredicto – Modesta e honesta pale ale! Com bom drinkability, não é difícil agradar. Trata-se de um estilo que não me surpreende, mas provavelmente agrade seus fãs. Mas insisto em lembrar que devemos sempre experimentar...




Kunstmann Bock
Deg. 11/03/2009
Família – Lager
Estilo – Bock
Teor de álcool – 5,3%.
Temperatura de serviço – 6 a 8 graus.
Cor – Marrom escuro, quase preta.
Espuma – Boa formação e duração. Dourada.
Aroma – Malte torrado, chocolate, doce.
Sabor – Médio corpo, média carbonatação, doce, malte torrado, chocolate, levíssimo amargor de malte torrado.
Veredicto – Normalmente as bock tendem a ter um teor alcoólico entre 6% e 7,5%. Esta está um pouco abaixo. Me remeteu a schwarzibier da Bamberg. É uma boa cerveja assim como a Torobayo, mas não justifica em hipótese alguma seu preço, que gira em torno de R$13,00. Existem exemplares nacionais até melhores a mais baratas!!!